O desenvolvimento de novos modelos de negócios dentro das corporações exige uma mudança no mindset das pessoas e das companhias como um todo, mas porquê?
Os dados orientam a implementação de novas tecnologias, impulsionam novos comportamentos e mudam a natureza dos negócios, mas os dados sozinhos não fazem corporações.
Por isso, o uso de dados aliados a pessoas na promoção da mudança de negócios, que une a análise de dados à inovação, vem sendo cada vez mais utilizado.
Um pequeno espaço para introduzir o tema: novos modelos de negócios!
Christian Keuschnigg aponta, no editorial “Moving to the innovation frontier” (2016), que:
‘O crescimento baseado na inovação é um processo de destruição criativa em que antigos processos são substituídos ou melhorados.’
O pesquisador também destaca que mover-se em direção à fronteira da inovação requer uma abordagem sistêmica capaz de abranger toda a cadeia de valor.
Além disso, pensar em novos modelos de negócios em uma organização implica em identificar as diversas formas através das quais se pode entregar valor ao cliente final.
Por onde começar a busca por novos negócios?
Comece identificando quem é o seu cliente, o que ele necessita e quais os processos necessários para entregar este valor.
E, por mais contraditório que possa parecer, para uma empresa que está começando agora, esse processo pode ser muito mais tranquilo do que para organizações mais tradicionais.
Mas por que isso acontece?
Isso acontece porque após anos de experiência e processos bem definidos, a comodidade de manter uma “receita” que vem dando certo é tentadora.
E também porque os riscos de um investimento em uma mudança muito radical, pode facilmente gerar incômodos.
Em outras palavras: é difícil sair da zona de conforto.
De novo, isso tudo é resolvido com o foco em mudanças culturais e de inovação dentro das corporações.
Afinal, novos modelos de negócios nascem apenas em novas empresas?
Uber, Airbnb, Rappi, Netflix e NuBank são empresas que já foram criadas com o DNA da inovação e da colaboração entre funcionários-empresa impresso em seu modelo disruptivo de negócio.
Mas será que a inovação nas estratégias de negócio e na forma de se relacionar com o mercado está restrita apenas às startups?
Longe disto! Um exemplo são as transformações nos modelos de indústria do setor automobilístico.
A exigência do mercado por carros mais eficientes, autônomos e que consumam energia limpa, jogou empresas de tecnologia como Tesla, Uber, Google, Amazon, Cisco e Microsoft dentro do setor automotivo.
O novo contexto?
O novo contexto tem exigido das montadoras um posicionamento cada vez mais inovador, transformando alguns dos modelos de negócios mais tradicionais da indústria.
As empresas do novo conglomerado FCA-PSA, que reúne Peugeot, Citroën, Fiat e Jeep, já vinham investindo em estratégias focadas em um conceito de mobilidade.
Neste sentido, a Fiat Chrysler (FCA) anunciou, meses antes da fusão com a Peugeot (PSA), um investimento de 700 milhões de euros para transformar o famoso Fiat 500 em um carro elétrico.
Mais exemplos:
Outro nome de peso que já vem aproveitando a onda de mobilidade sustentável há alguns anos é a sueca Volvo.
A empresa, que investe em protótipos híbridos e elétricos tanto para o transporte coletivo quanto carros de passeio, também vem investindo na criação de opções que façam da potência e da eficiência energética os seus diferenciais.
E então o que podemos concluir?
Aos poucos, as indústrias reveem seus papéis na sociedade e, consequentemente, o seus modelos de negócios, buscando formas de se adequar às novas tendências e demandas dos consumidores.
É necessário, portanto, estarmos atentos aos dados, às tecnologias, mas também às pessoas.
O que é preciso?
Grandes transformações exigem grandes mudanças e por mais redundante que seja, precisamos estar atentos a questões culturais dentro das companhias.
Muito além de tecnologias, precisamos de pessoas para promover novos modelos de negócios que perdurem e sejam sustentáveis a longo prazo.