Por Christine Salomão, jornalista – diretora de conteúdo da ebdi. Os avanços da medicina preventiva frente às inovações tecnológicas
A medicina preventiva é uma abordagem inovadora que visa prevenir doenças e promover a saúde e bem-estar das pessoas ao invés de tratar doenças já estabelecidas, o que é uma oportunidade para as empresas terem equipes cada vez mais saudáveis e dispostas para encarar o ofício no dia a dia.
Isso porque a gestão corporativa da saúde dos colaboradores vai muito além da redução de gastos. Investir em qualidade de vida é essencial para gerir bons negócios e ganhar vantagem competitiva. Tanto que as empresas da chamada “nova economia”, que fazem cair por terra a lógica de negócios mais tradicionais, não abrem mão do bem-estar dos seus colaboradores.
Sem falar que a era digital trouxe consigo uma série de avanços tecnológicos que têm revolucionado a medicina preventiva. A disponibilidade de dispositivos médicos conectados, aplicativos de saúde, big data e inteligência artificial tem permitido o desenvolvimento de abordagens mais precisas e personalizadas na prevenção de doenças.
Essas tecnologias têm possibilitado o monitoramento contínuo dos pacientes em tempo real, coletando dados sobre seu estado de saúde, estilo de vida e comportamentos de risco. Isso permite a identificação precoce de fatores de risco para doenças, como diabetes, hipertensão e doenças cardíacas, e a adoção de intervenções preventivas adequadas.
Medicina preventiva X dados
Além disso, a medicina preventiva tem se beneficiado do acesso a vastas quantidades de dados de saúde e informações demográficas de pacientes, possibilitando a análise de grandes volumes de dados para identificar padrões e tendências que podem ser usados na prevenção de doenças.
A aplicação de algoritmos de inteligência artificial tem permitido a identificação de fatores de risco ocultos e o desenvolvimento de modelos preditivos para a prevenção de doenças. Por isso, as oportunidades para as empresas na área da medicina preventiva na era digital são promissoras.
As empresas podem desenvolver soluções tecnológicas inovadoras, como aplicativos de saúde, dispositivos médicos conectados e plataformas de análise de dados, para auxiliar na prevenção de doenças. Essas soluções podem ser usadas para fornecer informações personalizadas de saúde aos pacientes, incentivar mudanças positivas de estilo de vida, fornecer monitoramento remoto de saúde e oferecer programas de bem-estar.
Outro benefício é que as empresas podem colaborar com profissionais de saúde e instituições de pesquisa para coletar e analisar dados de saúde em larga escala, permitindo a identificação de padrões e tendências que podem ser usados para a prevenção de doenças em nível populacional. O que pode levar ao desenvolvimento de intervenções preventivas mais eficazes e personalizadas, resultando em melhores resultados de saúde, além da redução de custos.
A implementação de programas de bem-estar no local de trabalho também é fundamental para ajudar nos cuidados dos colaboradores. Eles visam incentivar a adoção de comportamentos saudáveis, por intermédio do acesso a ferramentas digitais, por exemplo, que possam auxiliar na prevenção de doenças.
Desafios: privacidade dos dados de saúde, segurança da informação e regulação
Agora, embora a medicina preventiva tenha demonstrado ser eficaz na melhoria da saúde e na redução dos custos de assistência médica para as empresas, ela também apresenta grandes desafios relacionados à privacidade dos dados de saúde, segurança da informação e regulação.
Com o crescente uso de novas tecnologias para coletar e analisar dados de saúde, como informações de rastreadores de atividade física, aplicativos de bem-estar e registros eletrônicos de saúde, as empresas passaram a ter acesso a uma quantidade significativa de dados sensíveis dos funcionários.
Isso inclui informações sobre suas condições médicas, histórico familiar, estilo de vida e outros dados confidenciais. E proteger esses dados, além de garantir sua privacidade é essencial para manter a confiança dos funcionários e cumprir as leis e regulamentações aplicáveis de proteção de dados.
Outro desafio é a segurança da informação. Com a crescente quantidade de dados de saúde sendo coletados e armazenados eletronicamente, há riscos associados à violação de dados e à exposição de informações confidenciais. Por isso, as empresas precisam implementar medidas rigorosas de segurança cibernética para proteger os dados de saúde dos funcionários contra acesso não autorizado, uso indevido ou roubo de informações.
E para tentar amenizar os problemas, as empresas têm adotado o uso de firewalls, criptografia, autenticação de dois fatores e outras práticas de segurança para proteger os sistemas e redes de TI utilizados na medicina preventiva.
Regulação tem tirado o sono dos gestores
A regulação também tem tirado o sono dos gestores. As empresas devem cumprir as leis e regulamentações aplicáveis relacionadas à coleta, armazenamento e uso de dados de saúde dos funcionários. Além do cumprimento das regulamentações éticas e profissionais relacionadas à medicina preventiva, como a obtenção de consentimento por parte dos funcionários para coletar e usar seus dados de saúde e garantir a confidencialidade e integridade desses dados.
Além disso, as empresas apresentam muitas dificuldades na integração e análise dos dados de saúde coletados para obter insights significativos e acionáveis. E para enfrentar esse desafio, é preciso investir em tecnologias avançadas de análise de dados e ter profissionais capacitados para interpretar os resultados e tomar decisões informadas com base nesses insights.
Tecnologia: papel fundamental na viabilização da medicina preventiva
A tecnologia desempenha um papel fundamental na viabilização da medicina preventiva, pois oferece diversas ferramentas e recursos que permitem identificar e abordar problemas de saúde antes mesmo deles se tornarem mais graves.
Abaixo estão algumas formas pelas quais a tecnologia torna possível a medicina preventiva:
- Monitoramento remoto: dispositivos como smartwatches e rastreadores de fitness, por exemplo, permitem o monitoramento contínuo de parâmetros de saúde, como batimentos cardíacos, níveis de atividade física, qualidade do sono e até mesmo sinais vitais. Esses dados podem ser transmitidos em tempo real para profissionais de saúde, possibilitando a detecção precoce de anomalias e a intervenção antes que um problema de saúde se agrave.
- Inteligência artificial (IA) e análise de dados: a IA e a análise de dados desempenham um papel crucial na medicina preventiva. Algoritmos sofisticados podem analisar grandes quantidades de informações de saúde de um indivíduo, identificar padrões, detectar tendências e prever riscos de saúde. Isso permite que profissionais de saúde tomem decisões mais informadas sobre intervenções preventivas personalizadas.
- Telemedicina: a tecnologia possibilita consultas médicas remotas trazendo vários benefícios aos pacientes: oportunidade de receber orientações médicas regulares, tirar dúvidas e monitorar a saúde, sem a necessidade de deslocamentos físicos. Além disso, a telemedicina pode ser utilizada para triagem e encaminhamento adequado para cuidados preventivos.
- Prontuários eletrônicos e histórico de saúde: a digitalização dos prontuários médicos permite o acesso rápido e seguro ao histórico de saúde de um paciente. Isso facilita o compartilhamento de informações entre profissionais de saúde e ajuda a evitar erros de diagnóstico e tratamento. Com um registro detalhado de saúde, é possível identificar fatores de risco, realizar análises epidemiológicas e recomendar intervenções preventivas com base em dados concretos.
- Aplicativos e plataformas de saúde: há uma infinidade de aplicativos e plataformas digitais projetados para promover a saúde preventiva. Eles oferecem recursos como lembretes de medicamentos, programas de exercícios físicos, rastreamento de alimentação saudável, programas de gerenciamento de estresse e muito mais. Essas ferramentas interativas incentivam a adoção de hábitos saudáveis e capacitam as pessoas a cuidarem de sua própria saúde.
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