Planejamento Estratégico Situacional: Etapas e Diferenças

planejamento estratégico situacional

O planejamento estratégico situacional (PES) é uma abordagem que oferece uma visão mais dinâmica e adaptativa para lidar com os desafios das organizações.

Diferente dos métodos tradicionais, ele não se limita a uma análise linear dos problemas, mas leva em consideração as variáveis que podem mudar rapidamente no ambiente em que você está inserido.

Imagine poder planejar não apenas com base no presente, mas também prevendo possíveis cenários futuros e ajustando suas estratégias conforme as circunstâncias se alteram.

Isso é o que o PES propõe.

Mas quais são as etapas envolvidas e como ele se diferencia dos métodos tradicionais? Vamos explorar isso em detalhes neste guia completo.

O Método de Planejamento Estratégico Situacional Classifica os Problemas em:

No planejamento estratégico situacional, os problemas são classificados de forma detalhada para que as soluções possam ser direcionadas de maneira mais eficiente.

Essa classificação é essencial para que você consiga entender quais aspectos de uma situação podem ser modificados diretamente e quais precisam ser monitorados e ajustados conforme o contexto muda.

A seguir, veremos com mais detalhe como esses problemas são categorizados e quais são as melhores práticas para lidar com cada um deles.

Variáveis Controláveis e Não Controláveis:

No planejamento estratégico situacional, a análise de variáveis é um passo crucial. Os problemas são divididos em variáveis controláveis e não controláveis.

As variáveis controláveis são aquelas que você, como gestor, pode influenciar diretamente.

Elas estão dentro da sua esfera de ação, como decisões sobre investimentos, gestão de equipes, ou mudanças nos processos internos.

Por outro lado, as variáveis não controláveis são fatores externos que, embora impactem diretamente o negócio, estão fora do seu controle.

Exemplos incluem mudanças econômicas, novas legislações ou até mesmo transformações no comportamento do consumidor.

Apesar de você não poder controlar esses fatores, é possível monitorá-los e ajustar suas estratégias para mitigar riscos e aproveitar oportunidades.

Com essa distinção clara, você consegue priorizar as ações e alocar recursos de maneira mais eficiente, concentrando-se nas áreas onde pode gerar maior impacto.

Exemplos e Aplicações Práticas:

Para entender melhor como essa classificação de variáveis funciona na prática, vamos a alguns exemplos.

Imagine que você é o gestor de uma empresa de tecnologia que está planejando a expansão de seus serviços para um novo mercado.

Uma variável controlável seria a capacidade de investir em marketing digital para alcançar o novo público.

Você pode definir o orçamento, escolher as plataformas e direcionar as campanhas.

Já uma variável não controlável seria a flutuação cambial, que pode afetar o custo de seus serviços para o público externo.

Embora você não possa controlar o câmbio, pode adotar estratégias para mitigar o impacto, como precificar seus produtos em dólar para evitar perdas com a variação.

Outro exemplo pode ser visto em um negócio de varejo que depende de fornecedores internacionais. A escolha dos fornecedores e a negociação dos contratos são variáveis controláveis.

No entanto, questões como atrasos nos envios devido a crises logísticas globais são variáveis não controláveis, mas que podem ser previstas e gerenciadas com alternativas, como a diversificação dos fornecedores.

Essas aplicações práticas mostram como o planejamento estratégico situacional permite uma adaptação mais flexível e rápida às mudanças, focando no que você pode ajustar diretamente e criando planos de contingência para o que está fora do seu alcance.

O Planejamento Estratégico Situacional é Dividido Didaticamente em Quatro Etapas:

O planejamento estratégico situacional se organiza em quatro etapas que estruturam o processo de tomada de decisão.

Cada uma dessas etapas desempenha um papel fundamental na construção de um plano adaptável e eficaz.

Ao seguir essa sequência, você consegue enfrentar os desafios de forma mais organizada, reagindo rapidamente às mudanças do cenário em que sua organização está inserida.

A seguir, vamos explorar cada uma dessas etapas em mais detalhes para que você possa aplicá-las na prática.

Momento Explicativo:

O momento explicativo é a primeira etapa do planejamento estratégico situacional, onde, inicialmente, o foco está em entender profundamente o problema ou a situação que a organização enfrenta.

Nesta fase, você precisa realizar um diagnóstico completo, identificando as causas e as consequências do problema.

O objetivo aqui é ir além dos sintomas e descobrir os fatores estruturais que estão por trás da situação.

Nesse estágio, você coleta dados, analisa o contexto interno e externo, e também tenta responder à pergunta: “Por que esse problema existe?” Quanto mais clara for a compreensão das causas, mais preciso será o seu planejamento.

Por exemplo, imagine uma empresa que enfrenta queda nas vendas.

No momento explicativo, você investigaria os fatores por trás dessa queda, como, por exemplo, mudanças no comportamento dos consumidores, entrada de novos concorrentes ou falhas na estratégia de marketing.

Com uma visão clara do que está realmente acontecendo, você estará pronto para avançar para as próximas etapas do processo.

Momento Normativo:

O momento normativo é a segunda etapa do planejamento estratégico situacional, e aqui o foco muda para definir o que deve ser feito para resolver o problema identificado na fase explicativa.

Nesta etapa, você formula os objetivos e metas que sua organização precisa alcançar. Esses objetivos são baseados no diagnóstico anterior, levando em consideração as variáveis controláveis e os cenários possíveis.

Por exemplo, se o diagnóstico indicou que a queda nas vendas está relacionada à falta de presença digital, um objetivo normativo poderia ser melhorar o posicionamento online e aumentar as vendas por meio de campanhas digitais.

A ideia é traçar uma rota clara de onde você quer chegar, estabelecendo metas realistas e alinhadas com as capacidades da sua organização.

Momento Estratégico:

O momento estratégico, a terceira etapa do processo, é quando você começa a planejar como os objetivos estabelecidos serão alcançados. Nesta fase, as estratégias são desenvolvidas e priorizadas. Você vai definir os recursos que serão necessários, o tempo envolvido e quem será responsável pela execução de cada parte do plano.

Essa é a etapa em que você analisa os possíveis cenários e define a melhor rota para atingir os objetivos, levando em consideração os riscos e oportunidades que surgiram no diagnóstico.

Por exemplo, se a meta é aumentar as vendas por meio de campanhas digitais, a estratégia pode incluir a contratação de especialistas em marketing digital e a alocação de orçamento para campanhas em plataformas específicas.

Momento Tático-operacional:

O momento tático-operacional é a última etapa do planejamento estratégico situacional, onde o foco é a execução das estratégias definidas anteriormente.

Nesta fase, você coloca as ações em prática, detalhando os passos necessários para cada parte do plano.

Aqui, a gestão do dia a dia, o controle de processos e o acompanhamento dos resultados se tornam cruciais para garantir que o plano siga conforme o esperado.

Por exemplo, se a estratégia era lançar campanhas de marketing digital, o momento tático-operacional seria quando essas campanhas são efetivamente criadas, monitoradas e ajustadas com base no desempenho.

Essa fase é altamente dinâmica, exigindo acompanhamento constante e capacidade de adaptação rápida, caso surjam imprevistos ou novas oportunidades.

Etapas do Planejamento Estratégico Situacional:

As etapas do planejamento estratégico situacional são fundamentais para guiar a implementação prática de qualquer estratégia dentro da sua organização.

Além disso, cada uma dessas fases deve ser seguida de maneira estruturada, garantindo que todas as variáveis sejam consideradas e que as decisões sejam tomadas com base em uma análise profunda da situação.

Portanto, a seguir, vamos resumir essas etapas e mostrar como você pode aplicá-las no dia a dia da sua empresa.

Resumo das Etapas:

O planejamento estratégico situacional é composto por quatro etapas principais, que se conectam de forma lógica e garantem uma abordagem abrangente para a resolução de problemas.

Veja abaixo um resumo de cada uma delas:

Momento Explicativo: Primeiramente, nesta etapa, você investiga a situação atual, identifica os problemas e suas causas, e analisa tanto o ambiente interno quanto o externo da organização. O objetivo principal é entender com clareza o que está acontecendo e por que isso ocorre.

Momento Normativo: Em seguida, com o problema definido, você estabelece o que precisa ser feito. Nesta fase, são definidos os objetivos e metas que deseja alcançar, baseando-se no diagnóstico elaborado durante o momento explicativo.

Momento Estratégico: Logo após, você decide como os objetivos serão alcançados. Isso envolve o desenvolvimento de estratégias e a escolha das melhores abordagens para atingir as metas definidas, levando em consideração os recursos disponíveis e os potenciais riscos.

Momento Tático-operacional: Por fim, a etapa de ação começa. As estratégias são executadas através de um plano operacional, com monitoramento e ajustes contínuos para assegurar que os objetivos sejam atingidos conforme o planejado.

Essas etapas são interdependentes e garantem que o planejamento seja flexível e adaptável, permitindo respostas eficazes às mudanças do ambiente.

Como Implementar na Prática:

Implementar o planejamento estratégico situacional na prática exige um processo organizado e adaptável. Para ajudar você a aplicar essa metodologia de forma eficiente, seguem alguns passos essenciais:

Forme uma equipe de diagnóstico: O primeiro passo é reunir uma equipe capaz de identificar e analisar os problemas. Essa equipe deve incluir profissionais de diferentes áreas da empresa, garantindo uma visão ampla e completa da situação.

Colete e analise dados: Com a equipe formada, inicie a coleta de dados relevantes sobre o ambiente interno e externo. Isso inclui informações financeiras, de mercado, sobre concorrentes e clientes. A análise desses dados ajudará a criar um diagnóstico preciso no momento explicativo.

Defina metas claras: Na etapa seguinte, o momento normativo, é fundamental estabelecer metas que sejam SMART (específicas, mensuráveis, alcançáveis, relevantes e com prazo definido). Essas metas devem estar diretamente alinhadas ao diagnóstico realizado anteriormente.

Desenvolva estratégias flexíveis: Durante o momento estratégico, crie um plano de ação com estratégias ajustáveis, considerando as mudanças em variáveis não controláveis. Estabeleça prioridades e aloque recursos de forma inteligente.

Monitore e ajuste continuamente: Por fim, no momento tático-operacional, execute o plano, mas mantenha um monitoramento contínuo dos resultados. Avalie o progresso em relação às metas e faça ajustes rápidos conforme necessário.

Ao seguir esses passos, você garante que o planejamento estratégico situacional seja aplicado de forma prática e eficaz, permitindo que sua organização se adapte rapidamente às mudanças do mercado e enfrente os desafios de maneira proativa.

Conclusão

O planejamento estratégico situacional se destaca por sua abordagem adaptativa e realista, oferecendo uma estrutura sólida para que você possa gerenciar problemas e oportunidades de forma eficiente.

Ao classificar as variáveis em controláveis e não controláveis e seguir as quatro etapas – explicativa, normativa, estratégica e tático-operacional – sua organização estará melhor preparada para lidar com a incerteza e complexidade do mercado.

Implementar essa metodologia na prática requer organização, dados confiáveis e uma visão clara dos objetivos.

No entanto, o verdadeiro diferencial do planejamento estratégico situacional está na sua flexibilidade, permitindo que você ajuste suas ações rapidamente, garantindo que seu negócio esteja sempre pronto para as mudanças do ambiente.

Ao adotar essa abordagem, você não apenas maximiza suas chances de sucesso, mas também transforma a maneira como sua organização lida com os desafios.

Agora, o próximo passo é colocar essas etapas em ação e começar a ver os resultados.

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