Aprendizagem não segue moda

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Aprendizagem não segue moda: educação corporativa é a palavra-chave! Confira neste artigo como é a busca pelo melhor treinamento para os colaboradores

Este artigo foi escrito por Léo Carvalho , Head de Educação Digital, Leroy Merlin

Aprendizagem não segue moda

Não discutamos! A teoria nos mostra que “a educação corporativa é um guarda-chuva estratégico para desenvolver e educar funcionários, clientes, fornecedores e comunidade…”.

Educação corporativa

Veja que fiz uma afirmação direta e sem brechas para respostas contrárias, apenas complementares.

Não que eu seja o detentor de todas as respostas ou coisas do tipo, mas caso haja dúvidas sobre essa afirmação, haverá um gap conceitual bastante preocupante.

Mas fico muito tranquilo, pois tenho certeza que você que faz essa leitura, tem essa total concordância.  Na verdade, certeza que ainda está pensando que cabem mais contribuições à definição acima.

Esta afirmação foi feita por uma importante expoente da educação corporativa no mundo chamada Jeanne Meister, há mais de duas décadas. E convenhamos: Nada mudou, certo?

Fiz essa introdução, até de certa forma dura, para mostrar que quando falamos da educação, formação e treinamento de nossos colaboradores, não existe possibilidade de sermos menos do que parte integral da estratégia da empresa. 

Mas pense: A forma como pensamos e fazemos a educação corporativa e organizacional mudou? A resposta certamente será um sonoro ‘sim’. 

E se perguntar se ela evoluiu, que pressupõe transformações ou mudanças dando origem ao novo? Talvez a concordância seja menor! 

A busca frequente da Educação Corporativa é tentar equalizar os racionais ‘aprendizagem’, ‘relevância’ e ‘retorno’, sabendo que o foco primário sempre será no aluno, no saber.

Treinamento empresarial

Defendido como mantra no livro ‘Informar não é Treinamento’ (STOLOVITCH e KEEPS, 2011), nossas ações devem ser ‘centradas no orientado, baseadas no desempenho’, ou seja, tudo deve ser direcionado e pensado para o principal agente dessa história: O aluno!

E o resultado dessas ações são insumos para o desenho de estratégias futuras.

Mas como manter o equilíbrio ante uma mão nada invisível que muitas vezes deseja resultados mais quantitativos (quem fez, quando fez, quantas horas fez), do que os qualitativos que indicam precisamente ‘o que se aprendeu’, ‘como se aprendeu’ e ‘como será a transferência deste aprendizado para a rotina de sua atividade’?

Aprendizagem não segue moda

A vantagem é quando se conta com uma verdadeira Cultura de Aprendizagem, pois se entende que apostar no desenvolvimento das equipes é sempre o melhor investimento, como já reforçou Derek Bok(2). 

Mas e quando isso não é sua realidade? Com frequência ouço frases como: “Mas em minha empresa não é assim.

Eles são muitos tradicionais e fechados à inovação.” Penso sempre: “Parabéns! Olha que baita oportunidade de disruptir este processo”.

Muitas vezes o apego ao status quo, é uma condição mental que podemos explicar como sendo uma Paralisa Paradigmática, caracterizada por um indivíduo ou grupo que não veem outra forma de resolverem problemas e desafios além daqueles que visualizam e talvez já tenham tentado.

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Aprendizado

Gerir a aprendizagem é considerar diversos fatores, muitas vezes fora da obviedade das ‘horas de formação’ e ‘quantidade de cursos realizados’.

 É considerar que as fronteiras da sapiência extrapolam as barreiras físicas de sua empresa, pois cada vez mais seus colaboradores estão consumindo conteúdos diversos ofertados pelo fenômeno que chamamos de ‘Novos Professores’, como Youtube, Coursera, Veduca, Udemy, TEDx, entre outros.

Além disto, como registrado na edição de abril de 2019 da Harvard Business Review, Mihnea Moldoveanu(3) da Universidade de Toronto, apresenta um conceito chamado de PLC – Personal Learning Cloud, onde o ‘Aprendiz Infinito’ – o aluno – são aqueles que não apenas gostam de aprender, mas sentem necessidade da aquisição de novas habilidades.

Em qualquer lugar. Justificando a afirmação acima.

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Estratégias

“Mas como faço para mudar esta condição caso minha empresa não seja aberta?”. Simples não será, mas mostre relevância à companhia.

Medite sobre o racional: para sermos relevantes ao negócio precisamos ser estratégicos, e para isto, precisamos estar perto dos objetivos macro da companhia. 

Vejo muitos casos em que há um hiato entre o que se pensa no board e o que se executa.

Isso pode acontecer devido a um fenômeno que eu chamo de ‘se eles têm, eu também quero.” Significa dizer que muitas vezes, há um grande modismo nas solicitações de capacitações por parte dos demandantes.

E muitas vezes até mesmo de nossa parte quanto especialistas. Quem nunca viu um cliente interno já chegar com a definição dita como ‘pronta’: “quero mentoring, couseling, produtos com realidade virtual” e afins…

Como plano de fundo dessa metáfora que usei, está o FOMO – Fear of missing out, que pode ser interpretado como o ‘medo de ficar de fora’. 

E esse dito medo, pode muitas vezes nos levar a estratégias não assertivas, pois entrar em uma espiral da moda só porque a empresa A ou B possui tal produto ou solução, pode nos fadar a um erro bastante relevante.

E reforço: Todas as soluções são validas, desde que resolvam problemas e tenham matching com sua empresa e negócio.

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Cultura

Há décadas, Peter Druker(4) cunhou a célebre frase que diz que ‘a estratégia é devorada pela cultura no café da manhã e acrescento que isso se potencializa ainda mais quando a estratégia é baseada na moda, naquilo que todos estão fazendo só porquê todos estão fazendo.

Isso gera um fenômeno que o Paradoxo de Abilene pode exemplificar. Você conhece? Se não aguarde e falamos disso numa próxima oportunidade.

Jeanne Meister é reconhecida internacionalmente pelas inovações no que se refere a operação e gestão das funções voltadas para a educação corporativa, e fundadora da Future Workplace.

Derek Bok é um advogado e educador americano, que acumula em seu currículo a presidência da Harvard University.  Cunhou a expressão “Se considera a educação cara, experimente a ignorância”.

Mihnea Moldoveanu é um Professor e vice-reitor de aprendzagem e inovação, Rotman School of Management, University of Toronto.

Peter Druker foi um escritor e professor austríaco, considerado um dos ‘pais’ da administração moderna.

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