Automação inteligente: a chave para a transformação organizacional

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Por Christine Salomão, jornalista – diretora de conteúdo da ebdi. Automação inteligente: a chave para a transformação organizacional.

Na era das máquinas, caracterizada pela ascensão da automação inteligente fruto do poder da inteligência artificial, a interseção entre tecnologias avançadas, sustentabilidade e o papel das pessoas tornou-se um ponto central para o sucesso dos negócios. Não se trata apenas de implementar soluções tecnológicas, mas de integrar essas inovações de maneira holística, reconhecendo seu impacto em todos os aspectos da organização.

Por isso, uma empresa inteligente e bem-sucedida compreende que máquinas podem contribuir para que seus negócios sejam mais humanos. Isso por reconhecer que a revolução digital permeia todas as áreas, influenciando não apenas processos e eficiência, mas também a dinâmica cultural e a interação entre as pessoas.

Foi o que sinalizaram os pensadores do MIT, Erik Brynjolfsson e Andrew McAfee, ao escreverem o livro:  “A segunda era das máquinas”, que, segundo os cientistas,  “será caracterizada por inúmeros exemplos de inteligência artificial e de milhares de milhões de cérebros ligados entre si, trabalhando em conjunto para melhor compreender e melhorar o mundo.”

Embora reconheçam as preocupações associadas à era dos computadores, como a crescente disparidade entre ricos e pobres, o que pode gerar um grande contingente populacional desocupado, os cientistas ressaltam a importância da força do capital humano como garantia de longevidade para as empresas.

Afinal, a automação de processos não surgiu para substituir a atividade humana nos negócios, pois máquinas não sabem lidar com incertezas e mudanças. Ao contrário dos colaboradores, que conseguem encarar cenários inesperados e cheios de incertezas, como pandemias, guerras etc. E, por isso, não adianta investir em automação, análise de dados, inteligência artificial (IA) sem ter mão de obra qualificada para gerir as empresas.

A Automação Inteligente (AI), que é o uso de tecnologias de automação, como Inteligência Artificial (IA), Gerenciamento de Processos de Negócios (BPM) e Automação Robótica de Processos (RPA), para simplificar e aumentar a capacidade de tomada de decisões nas organizações, está desempenhando um papel essencial na redefinição do panorama global, influenciando desde a maneira como conduzimos negócios até como experimentamos a vida cotidiana.

Os impactos positivos dessas mudanças são evidentes em toda parte. Na indústria, robôs autônomos aprimoram linhas de produção, enquanto a análise preditiva revoluciona a manutenção de equipamentos. Na saúde, diagnósticos médicos baseados em IA e robôs cirúrgicos estão elevando os padrões. Em finanças, algoritmos de negociação automatizados e chatbots proporcionam eficiência e experiência do cliente aprimorada. Educação também se beneficia com plataformas personalizadas e simulações educacionais em realidade virtual.

Mas vale destacar que esse avanço não está isento de desafios. Questões éticas relacionadas à IA, como viés algorítmico e transparência, precisam ser abordadas. Preocupações sobre a substituição de empregos por automação também destacam a necessidade de uma adaptação cuidadosa às mudanças. Além disso, as considerações éticas e sociais tornam-se cruciais, exigindo um equilíbrio entre inovação e responsabilidade.

Encontrar o equilíbrio certo entre avanço tecnológico, ética e inclusão social é essencial para garantir que essas mudanças impulsionem benefícios sustentáveis para todos.

A integração da digitalização e tecnologias inovadoras desempenha um papel fundamental na otimização e revolução dos processos de negócios, proporcionando eficiência, agilidade e vantagem competitiva. À medida que o mundo empresarial evolui para uma era cada vez mais digital, a capacidade de adaptação a essas mudanças torna-se crucial para o sucesso de qualquer organização.

Aqui estão algumas estratégias para integrar efetivamente a digitalização e tecnologias inovadoras nos processos de negócios:

Automação de processos: utilize ferramentas de automação para eliminar tarefas repetitivas e manuais. Isso não apenas reduz erros, mas também libera tempo para os colaboradores se concentrarem em atividades mais estratégicas e criativas.

Computação em nuvem: adote soluções baseadas em nuvem para armazenamento e processamento de dados. Isso proporciona flexibilidade, escalabilidade e acessibilidade remota, permitindo que as equipes acessem informações críticas de qualquer lugar e a qualquer momento.

Internet das Coisas (IoT): integre dispositivos IoT para coletar dados em tempo real. Essa tecnologia pode ser aplicada em diversos setores, desde monitoramento de ativos até análises preditivas, permitindo uma tomada de decisão mais informada.

Inteligência Artificial (IA) e Machine Learning (ML): implemente algoritmos de IA e ML para análise de dados complexos, previsões precisas e personalização de experiências. Essas tecnologias podem otimizar processos de tomada de decisão e melhorar a eficácia operacional.

Blockchain: utilize a tecnologia blockchain para garantir a segurança e integridade das transações. Isso é especialmente relevante em setores como finanças e cadeia de suprimentos, onde a confiança e a transparência são essenciais.

Realidade Aumentada (AR) e Realidade Virtual (VR): explore AR e VR para treinamento de colaboradores, simulação de processos e criação de experiências envolventes para clientes. Essas tecnologias podem transformar a forma como as organizações educam, colaboram e interagem.

Análise de dados avançada: utilize ferramentas avançadas de análise de dados para extrair insights significativos. A compreensão profunda dos dados pode orientar estratégias de negócios, identificar oportunidades de melhoria e antecipar tendências de mercado.

Colaboração remota: implemente plataformas de colaboração remota para melhorar a comunicação e a colaboração entre equipes distribuídas. Ferramentas como videoconferências e compartilhamento de documentos facilitam o trabalho conjunto, independentemente da localização física.

Ao integrar essas tecnologias de maneira estratégica, as organizações podem não apenas otimizar seus processos existentes, mas também criar novas oportunidades de inovação. A busca constante por soluções digitais e inovadoras coloca as empresas em uma posição favorável para se adaptar às mudanças rápidas no ambiente de negócios, proporcionando uma base sólida para o crescimento sustentável e a excelência operacional.

As empresas estão cada vez mais conscientes da necessidade de adotar práticas sustentáveis, não apenas em termos ambientais, mas também no que diz respeito à sustentabilidade social e econômica. A automação inteligente pode ser uma aliada nesse processo, permitindo a otimização de recursos, a redução do desperdício e a criação de modelos de negócios mais eficientes e éticos.

Ao alinhar a automação com práticas sustentáveis, além de impulsionar a inovação, as organizações não apenas prosperam economicamente, mas assumem um papel ativo na construção de um futuro mais equitativo e ecologicamente consciente.

E essa simbiose entre automação e sustentabilidade representa um caminho promissor para um mundo mais inteligente e responsável. Vale ressaltar como exemplo que a otimização de processos por meio da automação reduz o desperdício de recursos, diminui a emissão de carbono e promove práticas mais ecoeficientes.

Não é à toa que a adoção e implementação de práticas ESG (Environmental, Social, and Governance) tem crescido de forma expressiva no Brasil. Principalmente devido a pressão dos consumidores, reguladores e investidores para que as empresas atendam demandas ligadas à sustentabilidade ambiental, social e de governança.

Enquanto a tecnologia continua a avançar a passos largos, é importante  reconhecer que o verdadeiro motor por trás dessas transformações são as habilidades, criatividade e adaptabilidade dos profissionais envolvidos. Ao valorizar o capital humano, as organizações investem no aprimoramento das habilidades dos seus colaboradores, fomentando um ambiente propício à criatividade e ao pensamento inovador. Isso não apenas assegura uma transição suave para a automação, mas também impulsiona a geração de ideias que podem levar a avanços disruptivos.

Além disso, a automação muitas vezes se concentra em tarefas repetitivas e rotineiras, liberando os profissionais para se concentrarem em atividades mais complexas e estratégicas. Nesse cenário, a valorização do capital humano não apenas preserva os empregos, mas também os transforma, permitindo que os trabalhadores se envolvam em tarefas mais desafiadoras e significativas.

Por isso, a colaboração entre humanos e tecnologia é fundamental para que as empresas remem com força total para o futuro. Isso porque profissionais capacitados são capazes de entender as nuances do negócio, identificar oportunidades de melhoria e fornecer insights valiosos que a automação por si só não seria capaz de oferecer.

A inteligência emocional, o raciocínio crítico e a capacidade de adaptação são características humanas que continuam sendo inestimáveis em um ambiente de trabalho cada vez mais digitalizado. Por isso, ao investir no desenvolvimento de competências, as empresas constroem uma força de trabalho resiliente e inovadora, capaz de enfrentar os desafios e explorar as oportunidades que surgem no cenário de rápidas transformações tecnológicas.

A implementação da automação inteligente implica, na maioria das vezes, em uma redefinição de papéis e responsabilidades, o que pode gerar resistência por parte dos colaboradores. Por isso, é fundamental que as lideranças comuniquem de maneira transparente os benefícios da automação, destacando como ela pode liberar as pessoas de tarefas repetitivas e permitir que se concentrem em atividades mais estratégicas e criativas.

Além disso, a cultura organizacional precisa colocar as pessoas no centro dos negócios para que a colaboração entre humanos e tecnologia floresça. Sendo essa sinergia a chave para a longevidade dos negócios, pois incentiva uma mentalidade inovadora, cuja automação é vista como uma aliada, capaz de aprimorar as capacidades dos colaboradores e gerar vantagem competitiva.

Vale destacar também que a promoção da aprendizagem contínua é um pilar fundamental na integração da automação inteligente. Isso implica em oferecer programas de capacitação e desenvolvimento para garantir que os colaboradores estejam atualizados com as últimas tecnologias e possam contribuir ativamente para a implementação e aprimoramento contínuo dos sistemas automatizados.

Agora, a adaptação bem-sucedida à automação inteligente requer uma liderança comprometida em construir uma cultura que valorize a agilidade, a flexibilidade e a inovação. As organizações devem criar um ambiente que encoraje a experimentação e a aceitação de falhas como parte do processo de aprendizagem. Ao fazer isso, estarão preparadas para enfrentar os desafios e colher os benefícios proporcionados pela automação inteligente, ao mesmo tempo em que preservam uma cultura organizacional positiva e orientada para o futuro.

A inteligência artificial generativa emerge como uma força transformadora, delineando o futuro das empresas e impulsionando uma revolução na automação. Este fenômeno tecnológico está redefinindo a maneira como as organizações operam, inovam e interagem com seus stakeholders.

No cerne da revolução está a capacidade da inteligência artificial generativa de criar conteúdo, imagens e até mesmo soluções inovadoras de forma autônoma. Essa abordagem vai além da simples execução de tarefas programadas, permitindo que as máquinas gerem novas ideias, designs e respostas de maneira criativa. Isso não apenas aumenta a eficiência operacional, mas também desencadeia a inovação em um nível sem precedentes.

Não é à toa que a IA generativa está sendo integrada em diversos setores, desde o design de produtos até a criação de campanhas de marketing. No campo do design, por exemplo, algoritmos generativos podem criar protótipos e conceitos inovadores, o que acelera o ciclo de desenvolvimento.

Além disso, a automação impulsionada pela inteligência artificial generativa está moldando o panorama operacional das empresas. Processos que antes demandavam intervenção humana intensiva agora podem ser executados de maneira autônoma, liberando recursos humanos para tarefas mais estratégicas e analíticas.

Isso não apenas aumenta a eficiência, mas também permite que as organizações se adaptem rapidamente a mudanças no ambiente de negócios. Mas esse avanço tecnológico não está isento de desafios e questões éticas. A necessidade de regulamentação e diretrizes claras para o uso responsável da inteligência artificial torna-se cada vez mais necessário.

Até porque a ideia de singularidade tecnológica, que se refere a um momento hipotético em que a inteligência artificial poderá superar a inteligência humana em todas as áreas, faz com que o tema “superinteligência” em automação e inovação de processos seja uma tendência forte apontada por muitos especialistas. E isso poderia resultar em mudanças dramáticas na sociedade, já que a IA seria capaz de melhorar a si mesma a um ritmo acelerado, ultrapassando as capacidades humanas.

Por outro lado, especialistas mais céticos estão argumentando que ainda não compreendemos completamente a complexidade da mente humana e que a criação de uma IA verdadeiramente consciente e autônoma pode ser mais desafiadora do que se imagina. E diante de um futuro tão incerto, talvez o caminho seja apostar no equilíbrio, ou seja: combinação de habilidades humanas e capacidades da IA generativa que prometem criar uma sinergia poderosa, impulsionando a inovação e o crescimento sustentável.

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