Data literacy: driver necessário para gerar valor aos negócios

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Por Christine Salomão, jornalista – diretora de conteúdo da ebdi. Data literacy: driver necessário para gerar valor aos negócios.

Vivemos em uma era em que os dados estão em todos os lugares. O que contribui para que as empresas tenham acesso a uma quantidade massiva de informações que podem ser usadas na  tomada de decisões estratégicas, otimização de processos, além de impulsionar o crescimento. Mas essa riqueza de dados só pode ser aproveitada plenamente pelas organizações quando os colaboradores possuem um alto nível de data literacy – ou alfabetização de dados, em português.

Isso porque a data literacy refere-se à capacidade que uma pessoa tem de compreender, analisar e interpretar dados. Isso inclui a habilidade de ler e escrever em linguagem de dados, bem como de tomar decisões informadas com base em análises de dados. Por isso, a importância de se investir na alfabetização de dados como garantia de longevidade das empresas. Afinal, o futuro dos negócios é analítico e será movido por pessoas.

Segundo pesquisa Gartner,  “a alfabetização de dados se tornará um driver explícito e necessário para proporcionar valor aos negócios, uma relevância demonstrada por sua inclusão formal em mais de 80% das estratégias de dados e análises e programas de gestão de mudanças.”

Lembrando que a data literacy, não é uma ação pontual em algum processo, mas uma habilidade. Ou seja, é passível de ser aprendida, desenvolvida e aprimorada sempre que necessário. Nesse sentido, fica mais fácil identificar quais equipes ou colaboradores já implementam o mindset da análise de dados e quais ainda precisam se adaptar.

Data literacy: é preciso falar a língua dos dados para crescer os negócios

Não é à toa que organizações data driven têm no cerne de sua cultura a mentalidade de que todas as decisões precisam ser conduzidas pela análise de dados. Por isso, “quem não fala essa língua dos dados” certamente vai ter dificuldades de se comunicar e, consequentemente, de produzir os resultados esperados. O que torna necessário apostar na aprendizagem em relação a como entender, analisar, computar, registrar e usar dados na estratégia de uma empresa.

Vale lembrar que a escassez de talentos na análise de dados é um problema global, com organizações competindo para atrair e reter profissionais qualificados. O que também sinaliza a importância de se investir na capacitação dos colaboradores.

Tanto que “a alfabetização de dados será a habilidade mais procurada no mercado de trabalho até 2030”. É o que sinaliza o relatório: “The Upskilling Evolution” desenvolvido pela Qlik, em parceria com The Future Labs. O estudo combina entrevistas e pesquisas com mais de 1.200 executivos globais c-level e 6.000 funcionários de empresas no Reino Unido, EUA, Alemanha, França, Japão, Austrália e Nova Zelândia.

Ainda segundo a pesquisa, “21% dos entrevistados acreditam que seus empregadores estejam preparando-os para a automatização de tarefas e para serem orientados por dados. Outros 35% disseram que mudaram de emprego nos últimos 12 meses, pois seus antigos empregadores não ofereciam oportunidades suficientes de qualificação e treinamento em data literacy.”

Já para 58% dos entrevistados, “data literacy os ajudará a permanecerem relevantes em suas funções com o uso crescente de IA. E 85%  veem a habilidade “se tornar tão vital no futuro quanto a capacidade de usar um computador é hoje”. Agora, “89% esperam que os membros de sua equipe sejam capazes de explicar como os dados embasaram suas decisões.”

O relatório mostrou também  que “a demanda por uso de dados nas tomadas de decisão em ambientes corporativos dobrou em relação a 2022”. E essa é uma tendência crescente, pois o uso eficaz de dados tornou-se fundamental para o sucesso de qualquer negócio, principalmente para entender o comportamento do novo consumidor.

Segundo Reynaldo Chiavegatto, gerente de marketing e estratégia da Sky Brasil, que ministrou palestra no Mastering: Marketing Analytics 2023, uma iniciativa da EBDI, “os consumidores hoje desejam estabelecer um relacionamento mais próximo com as marcas, que vai além de comprar produtos ou serviços. Eles querem se identificar com os valores e a missão da empresa. Por isso, esse relacionamento se estende à identificação com tribos ou comunidades que compartilham interesses e valores semelhantes.”

E para atender a essas expectativas e fortalecer o relacionamento com os consumidores, as marcas precisam ser orientadas por dados. “Menos achismos e mais dados”, destaca Chiavegatto. Segundo ele, a coleta e análise de dados permitem às empresas entenderem melhor seu público-alvo, segmentá-lo e criar campanhas personalizadas que ressoem com as necessidades e preferências individuais.

Estratégias para promover a alfabetização de dados entre os colaboradores:

  • Treinamento e desenvolvimento: ofereça treinamento em data literacy para colaboradores de todos os níveis, desde cursos básicos até avançados, dependendo das necessidades e do conhecimento prévio.
  • Promova programas de desenvolvimento profissional que incluam módulos de data literacy.
  • Use recursos de aprendizado online, tutoriais e ferramentas interativas para apoiar o treinamento.
  • Reconheça e recompense as contribuições dos colaboradores para a melhoria da data literacy na organização.
  • Mentoria e colaboração: encoraje a colaboração entre equipes e departamentos para compartilhar conhecimentos e melhores práticas em análise de dados.
  • Acesso a ferramentas e recursos: forneça acesso a ferramentas de análise de dados e software relevantes.
  • Disponibilize uma biblioteca de recursos, como tutoriais, guias e documentação, para referência constante.
  • Feedback e avaliação: solicite feedback dos colaboradores sobre os programas de treinamento em data literacy e faça melhorias com base nas sugestões.
  • Liderança engajada: líderes da organização devem apoiar ativamente os esforços de desenvolvimento de  data literacy e demonstrar a importância dos dados em suas decisões.

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