Por Christine Salomão, jornalista – diretora de conteúdo da ebdi. Estudo Deloitte: “Perspectivas globais do Setor de Saúde.”
O Estudo “Perspectivas Globais do Setor de Saúde 2023” da Deloitte concentra-se no “estado atual do setor e explora insights sobre políticas internacionais de saúde, identificando ameaças emergentes à saúde pública e como a tecnologia mudará a prestação de cuidados de saúde na próxima década.”
Segundo o relatório, “a pandemia de Covid-19 mudou permanentemente os cuidados de saúde globais – desde a aceleração da adoção de novas tecnologias e modelos de prestação de cuidados até o aumento do foco na sustentabilidade e equidade em saúde.”
Atualmente, de acordo com o Estudo, “novas formas de prestação de cuidados têm o potencial de informar, personalizar, acelerar e aumentar a capacidade dos profissionais de saúde de cuidar de pacientes. A saúde digital apresenta uma oportunidade de mudar vidas e fazer a diferença para as pessoas em todo o mundo, inclusive para os que têm acesso limitado – ou nenhum – a qualquer forma de cuidados médicos ou medicamentos modernos.”
Outra conclusão do Estudo é que “a Covid-19 também acelerou a mudança para tecnologias baseadas em nuvem projetadas para fortalecer as operações de negócios e impulsionar mais interações com os clientes para o mundo digital. Essa tendência está forçando os grandes provedores de Registros Eletrônicos de Saúde (Electronic Health Record, EHR) a migrar seus produtos e serviços para a nuvem e desenvolver parcerias com provedores de Gerenciamento de Relacionamento com o Cliente (CRM) e Planejamento de Recursos Empresariais (ERP).”
Ainda de acordo com o relatório, “tecnologias emergentes, como IA, telessaúde, blockchain e dispositivos de monitoramento, como dispositivos vestíveis e ingeríveis, estão fornecendo dados contínuos e em tempo real sobre nossa saúde e meio ambiente. Além disso, devido ao aumento da exposição à tecnologia em nuvem, os hospitais já são os principais alvos de ataques de ransomware e outros crimes cibernéticos. Uma maneira de evitar tais ataques seria aplicar a tecnologia blockchain aos dados de saúde.”
Setor de Saúde X Equidade
O ecossistema global de saúde, de acordo com o Estudo, “mostra grandes disparidades com base na idade, localização, gênero, renda, raça, etnia, religião e orientação sexual, apesar dos esforços significativos para eliminá-las. A pandemia de Covid-19 afetou desproporcionalmente os grupos mais vulneráveis e, como resultado, muitas organizações de saúde estão repensando como lidar com a desigualdade em saúde”.
Entre as conclusões do Estudo sobre esse tema, destaque para:
- “Os determinantes sociais, econômicos e ambientais, que juntos definem a qualidade da saúde da população, podem ter um impacto maior nos desfechos de saúde do que somente o serviço médico oferecido”;
- “Uma chave para medir a equidade em saúde é a expectativa de vida da população. Casos em que as pessoas moram na mesma região e têm diferenças significativas em suas expectativas de vida evidenciam os fatores de iniquidades em saúde que foram amplificados pela pandemia, como o acesso à alimentação, creches, moradia e renda”;
- “O racismo e o preconceito também ameaçam a adoção de novas tecnologias que poderiam prestar um melhor atendimento às populações carentes. A telemedicina é um componente-chave da transformação digital, mas não foi adotada por todas as populações igualmente”.
Sustentabilidade
As alterações climáticas, aponta o Estudo, “constituem um risco para a saúde e o bem-estar humano. Os prestadores de cuidados de saúde enfrentam o desafio de manter a qualidade dos cuidados em face da crescente pressão financeira, ao mesmo tempo que tratam as crescentes consequências das alterações climáticas para a saúde. Responder eficazmente às alterações climáticas exige uma maior resiliência e sustentabilidade dos sistemas de saúde.”
Principais conclusões do relatório sobre esse tema:
- “As organizações de saúde devem estar preparadas para prestar cuidados pós-desastres naturais, garantir o fornecimento de medicamentos em meio a surtos de doenças relacionadas ao clima e adotar práticas que reduzam o desperdício”;
- “Embora as emissões continuem sendo um dos maiores desafios, as instituições de saúde também estão procurando maneiras de reduzir o desperdício e aumentar a sustentabilidade. Mais fornecedores estão adotando programas de reciclagem e gerenciamento de resíduos, substituindo materiais descartáveis por materiais reutilizáveis e adotando fornecedores locais sempre que possível para minimizar as interrupções no fornecimento”;
- “A pandemia acrescentou uma urgência para tornar as cadeias de suprimentos mais sustentáveis. Portanto, os prestadores de cuidados estão procurando melhorias nos métodos de entrega, como o atendimento virtual”;
- “As alterações climáticas constituem um risco para a saúde e o bem-estar humano. Os prestadores de cuidados de saúde enfrentam o desafio de manter a qualidade dos cuidados em face da crescente pressão financeira, ao mesmo tempo que tratam as crescentes consequências das alterações climáticas para a saúde. Responder eficazmente às alterações climáticas exige uma maior resiliência e sustentabilidade dos sistemas de saúde”.
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