Por Christine Salomão, jornalista – diretora de conteúdo da ebdi. Ética no uso da Inteligência Artificial na cadeia de suprimentos
A ética no uso da Inteligência Artificial (IA) na cadeia de suprimentos é uma preocupação crescente dos gestores da área. Afinal, `a medida que a IA se torna parte integrante da gestão do supply chain, é crucial considerar não apenas os benefícios operacionais, mas as implicações éticas que essa tecnologia pode ter.
Ou seja, é importante assegurar que a implementação da IA seja guiada por princípios éticos sólidos. Isso implica garantir a transparência, responsabilidade e equidade em todo o processo. A transparência, por exemplo, é essencial para que todas as partes envolvidas na cadeia de suprimentos compreendam como a IA está sendo usada e tomem decisões informadas.
Isso também envolve a divulgação de como os algoritmos foram treinados e quais dados estão sendo utilizados. E neste contexto, é importante proteger a privacidade e a segurança dos dados, respeitando os regulamentos de proteção de dados. Já a responsabilidade desempenha um papel fundamental na ética da IA na cadeia de suprimentos porque as empresas são responsáveis pelas decisões e ações de seus sistemas.
E isso inclui a capacidade de detectar e corrigir erros, bem como a prestação de contas quando ocorrerem problemas, pois a IA não deve ser usada como uma maneira de evitar a responsabilidade humana. Além disso, a equidade é um componente crucial da ética na cadeia de suprimentos com IA porque os algoritmos podem inadvertidamente perpetuar preconceitos e discriminação se não forem devidamente projetados e monitorados.
Portanto, é fundamental garantir que a IA seja treinada de forma justa e imparcial, considerando diferentes grupos demográficos e evitando viés injusto. Outra consideração ética importante é o impacto da IA na força de trabalho. Embora sejam grandes os benefícios da IA para aumentar a eficiência e a automação na cadeia de suprimentos, isso pode resultar na substituição de empregos. Por isso, é fundamental que as empresas planejem transições suaves e ofereçam oportunidades de treinamento e recolocação para os colaboradores afetados.
Segundo pesquisa Gartner: “A cadeia de suprimentos deverá centrar seu modelo de trabalho no ser humano. A força de trabalho deverá ser prioridade para as organizações, que deverão ser capazes de fornecer propostas de valor que sejam eficazes para atrair, reter e envolver o talento da escassa mão de obra disponível. Para garantir que isso ocorra, as empresas devem criar culturas e experiência flexíveis, significativas e gratificantes aos colaboradores, dando a eles autonomia, compreensão, valorização e cuidados”.
Ética no uso da IA rumo a uma cadeia de suprimentos sustentável
A busca por uma cadeia de suprimentos sustentável é um objetivo crucial em um mundo que enfrenta desafios ambientais e sociais crescentes. A IA pode desempenhar um papel significativo nesse processo, mas o uso ético da tecnologia é fundamental para garantir que os benefícios da sustentabilidade não sejam obtidos à custa de problemas éticos ou sociais.
A começar que a IA pode automatizar tarefas rotineiras, como previsão de demanda, rastreamento de estoque e gerenciamento de pedidos, o que leva à redução de empregos em funções operacionais de baixa complexidade. Por isso, é importante que as empresas considerem como essas mudanças afetarão seus colaboradores e implementem medidas para mitigar impactos negativos, como a requalificação de funcionários ou o apoio à transição para novos empregos.
Agora, vale destacar que, segundo artigo da Harvard Business Review, “as empresas alcançam melhorias de desempenho mais significativas quando humanos e máquinas trabalham juntos. Através desta inteligência colaborativa, os seres humanos e a IA melhoram ativamente os pontos fortes uns dos outros, que são complementares.”
Por isso, para obter sucesso nessa jornada, as empresas precisam estabelecer diretrizes éticas sólidas no uso da IA na cadeia de suprimentos e trabalhar em estreita colaboração com partes interessadas, como governos, organizações não governamentais e a sociedade civil, pois só assim terão mais garantia que essas diretrizes serão cumpridas.
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