Febraban sinaliza que 2023 será um ano desafiador

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A Febraban (Federação Brasileira de Bancos) sinaliza que 2023 será um ano desafiador e que a tendência da inadimplência é seguir em deterioração, em meio ao ambiente de alta de juros e inflação elevada. Sem falar na falta de racionalidade no debate político, o que gera dúvidas sobre o quadro fiscal e a continuidade das reformas no país.

Mas apesar disso, o presidente da Febraban, Isaac Sidney, afirmou, recentemente, durante evento do setor de telecomunicações em Brasília, que “o setor bancário não está com projeções de que a inadimplência vai se deteriorar de forma a perdemos o controle sobre ela. A dúvida é se a inadimplência vai ficar acima do que esperávamos”.

Segundo ele, as eleições trazem a perspectiva de retomada da agenda de reformas estruturais, como a tributária, mas o debate político atualmente não tem sido marcado por racionalidade nessa questão. “Novos governos, governos renovados, começam com capital político maior e forte apoio popular para comandar uma agenda de reformas”, ressalta.

E acrescenta: “A nossa percepção é que o governo que vai se eleger em outubro, seja reeleição ou uma nova eleição, retome a agenda de reformas. Isso é fundamental e não haverá alternativa para quem assumir o comando do país.”

Presidente da Febraban reconhece que os juros no Brasil são altos

Em relação aos juros bancários no Brasil, o presidente da Febraban reconheceu que são altos. E comentou: “A questão não é se são altos e sim porque são e precisamos tocar nesta ferida. 80% do custo do crédito tem a ver com a intermediação financeira, além do custo da inadimplência”.

Na opinião dele, o “aumento de impostos tem efeitos danosos na economia, o custo do crédito aumenta e isso tem impacto nas linhas que são mais necessárias, como o crédito imobiliário, o consignado, o financiamento de veículos, o crédito rural e o capital de giro”.

Retomada da agenda de reformas estruturais

Conforme citou o presidente da Febraban acima, após as reeleições, independente de quem ganhar, será urgente a retomada da agenda de reformas estruturais, como a tributária.

Segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI),“a reforma tributária é necessária porque o sistema tributário atual dificulta o crescimento econômico e social do país, pois eleva os custos das empresas, prejudica a competitividade, penaliza os investimentos e traz insegurança jurídica. Além disso, impõe uma clara desvantagem aos produtos nacionais frente à competição no mercado externo.”

Em um sistema mais simples, ainda segundo a CNI, “há a redução expressiva dos custos para investimentos e para as empresas produzirem mais e melhor, o aumento da qualidade e a redução dos preços dos produtos e serviços disponíveis ao cidadão, além da geração de renda e empregos no país.”

Os defeitos do nosso sistema tributário, alerta a CNI, “prejudicam, sobretudo, o setor industrial, que enfrenta a concorrência externa e está sujeito a carga tributária mais elevada que os demais setores.” Leia a  matéria: Reforma tributária 2022: o que muda?

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