Neste artigo, sobre liderança e equipe vamos te contar porque a Fórmula 1 pode te ensinar sobre Equipes de Alto Rendimento. Boa leitura!
Este artigo foi escrito por Marcus Vinícius Martins, Executivo de contas para Gillette, Oral-B e Old Spice na Ketchum Brasil, especialmente para a ebdi.
O que a Fórmula 1 pode te ensinar sobre Equipes de Alto Rendimento?
Uma corrida de Fórmula 1 dura, em média, uma hora e meia. Uma troca de pneus – sem sustos – não costuma passar de 2.5 segundos.
Ainda, assim, o momento de pit stop, em que os pilotos deixam para trás pneus gastos e assistem seus mecânicos calçarem borracha nova decide corridas. Para o bem e para o mal.
A Fórmula 1 é conhecida como a elite do esporte a motor. Lá estão as melhores pistas, melhores equipes, melhores carros e pilotos.
Em 2019, a Mercedes gastou R$ 1,6 bilhão para sagrar-se campeã pela 6ª vez consecutiva.
E, ainda que tenha ao volante de um de seus bólidos o hexacampeão Lewis Hamilton, eles provam todo final de semana que a F1 segue sendo o esporte individual mais coletivo que existe.
Duvida? Dê o play no vídeo abaixo e tente não ficar hipnotizado:
Isso aqui é demais, sério! Plano-sequência do Pit Stop duplo da @MercedesAMGF1
Segue sendo o esporte individual mais coletivo que conheço.
Já viu isso @EstagiariodaF1 @renandocouto @f1dp_ #WeRaceAsOne pic.twitter.com/wwZmZhYU1V
— Marcus Vinícius (@MVMartins84) August 3, 2020
Trata-se de um pit stop duplo, tática adotada pela Mercedes para ganhar ainda mais tempo nas paradas de box e oferecer a melhor estratégia a seus pilotos.
Em apenas dez segundos, uma equipe de 17 profissionais troca 8 pneus com uma sincronia de fazer inveja à Academia de Ballet Bolshoi.
Como falar sobre equipes de alto desempenho sem mencionar a importância do líder organizacional?
Na Mercedes, a ideia do primeiro pit stop duplo veio de Toto Wolf, chefe máximo da equipe.
Daí, James Vowles, chefe de estratégia, e Ron Meadows, diretor esportivo, verificam quão confortável é a operação e, só então, decidem executá-la.
Entre muitas outras atribuições, um dos papéis principais do líder é trazer o desafio constante por melhoras nos processos pelo bem da eficiência corporativa.
Como formar equipes de trabalho, definindo o número e perfil de seus componentes e garantir que a equipe tenha informações e recursos necessários para desempenhar a tarefa? Como manter a equipe engajada para que a meta seja alcançada?
A resposta é, ao mesmo tempo, simples e bastante complexa.
Como manter a equipe engajada para que a meta seja alcançada?
Com frequência, as atividades relativas a projetos viram linhas em planilhas de excel, ótimas para termos controle daquilo que precisa ser feito e do prazo, mas terríveis para esconder quão complexo cada um daqueles itens é.
A demanda por prazos cada vez mais inalcançáveis, invariavelmente, revela o total desconhecimento dos superiores acerca da atuação de seus subordinados.
A coreografia da troca de pneus é bastante complicada, já que temos 16 pneus em jogo e 20 pessoas – se contarmos os pilotos, que devem entrar na velocidade correta, parar no lugar exato e obedeceram o comando de aceleração assim que os pneus estiverem calçados.
O que você talvez consiga ver nesses dez segundos é que cada um daqueles mecânicos são engenheiros formados nas melhores universidades do mundo, com muitos anos de experiência, capazes de suportar níveis de pressão inimagináveis.
São 21 etapas no calendário, lidando com jetlag, longas jornadas de trabalho pesado, passando mais de 200 dias fora de casa – fora o período de testes para desenvolvimento do carro.
Não é um trabalho, é um estilo de vida.
Habilidade para trabalhar com prazos incrivelmente apertados e ser capaz de lidar com pressão extrema
O tipo de pessoa que se sobressai na F1 não difere muito dos ambientes mais corporativos: habilidade para trabalhar com prazos incrivelmente apertados e ser capaz de lidar com pressão extrema.
Os líderes, obviamente, não escapam disso.
Imagine seu cliente – externo ou interno – como um piloto que se aproxima de um pit stop e, sua equipe, como um grupo de mecânicos. Você tem as pessoas certas nas posições corretas?
Você sabe exatamente a demanda de cada atividade? Os objetivos estão claros para todos? A sua equipe confia em você? Existe clima de colaboração? É possível realizar a atividade no tempo que está sendo exigido?
Mesmo em uma categoria do mais alto nível, a diferença entre vencer e perder pode estar nos detalhes.
Cabe ao líder ser o representante da cultura de alta performance, monitorando os processos pelos quais a equipe trabalha.
Como cobrar qualquer aspecto de melhora sobre tarefas que você desconhece?
Caso você tenha curiosidade de saber a rotina de um mecânico de F1 no final de semana, clique aqui.