Diante dos impactos da pandemia de covid-19 na gestão e nos investimentos em tecnologia, a maior parte dos CIOs teve que se adequar às mudanças significativas dentro do ambiente corporativo. Praticamente duas em cada três empresas brasileiras (66%) reformularam a infraestrutura de TI para atender a esse cenário, segundo estudo global realizado pela Equinix.
De acordo com a pesquisa, mais da metade das empresas (54%) ampliou seus investimentos em tecnologia a partir da pandemia para se alinhar às mudanças e 59% dos entrevistados aceleraram suas estratégias de transformação digital – índices superiores às médias globais de 42% e 47%, respectivamente.
Somada à crise sanitária, seguiu-se em alguns países uma crise política, que trouxe ainda mais insegurança às pessoas e instabilidade ao sistema comercial e financeiro, impactando negativamente nas bolsas de valores, paralisando sistemas de produção, gerando colapso no consumo e grave crise econômica.
Agora, para entendermos melhor a evolução do investimento e da gestão da tecnologia no âmbito empresarial, especialmente diante de eventos que abalaram o mundo, como o estouro da bolha da Internet no início do novo século, a crise financeira mundial de 2008 e a atual situação provocada pelo surto de covid-19, a KPMG em parceria coma Harvey Nash, realizaram o estudo: CIO Survey 2020 (resultados da América do Sul).
Impactos da pandemia de Covid-19: CIO Survey 2020
A pandemia da covid-19 gerou um dos maiores crescimentos de investimento em tecnologia da história mundial. Foi o que constatou o estudo: CIO Survey 2020, que contou com a participação de 4.200 líderes do setor de tecnologia. Na América do Sul, de acordo com a pesquisa, o aumento dos gastos com ativos de tecnologia também foi significativo, principalmente em termos de infraestrutura em nuvem e segurança cibernética.
“Nesse sentido, 17% dos CIOs sul-americanos garantiram que a infraestrutura relacionada à computação em nuvem é a área tecnológica na qual mais investem, seguida por segurança e privacidade (14%), automação (13%) e melhoria da experiência do cliente (11%)”.
Mas é importante ressaltar que os investimentos em tecnologia antes da pandemia já eram altos. Segundo o Estudo, “um percentual de 55% de todos os CIOs pesquisados e cerca de 50% dos líderes sul-americanos já haviam assegurado antes do início da pandemia que seu orçamento cresceu nos últimos 12 meses, impulsionado pelas necessidades relacionadas à eficiência operacional, experiência do cliente ou ao desenvolvimento de novos produtos e serviços”.
Seguindo essa tendência, a pesquisa revela que “antes do início da pandemia, mais de 50% dos CIOs sul-americanos haviam garantido que esperavam um novo aumento no seu orçamento durante o próximo ano, número que caiu para 43% com os impactos da pandemia, como resultado da mudança de abordagem que a maioria das empresas precisou adotar para atingir os objetivos de curto prazo e enfrentar a crise, o que em termos gerais significou um crescimento não planejado e sem precedentes nos gastos com ativos tecnológicos, em âmbito global e regional”.
Leia, na íntegra, o estudo CIO Survey 2020.
E diante de todos esses desafios e de um cenário altamente competitivo, o papel dos CIOs dentro das organizações mudou bastante. A começar pelo perfil estratégico, cujo objetivo é identificar oportunidades para redefinir mercados e criar novos modelos de negócios.
O que é um CIO estratégico?
“Antes de mais nada o que é um CIO estratégico? É aquele que está no mesmo nível decisório dos demais C-level e que não os trata como seus clientes, mas como parceiros em busca de um objetivo comum”, afirma Cezar Taurion, sócio da Kick Ventures e VP de Estratégia e Inovação na Cia Técnica, mentor e investidor em startups.
Na visão de Taurion, o “CIO estratégico ajuda a desenhar as estratégias da corporação e não apenas fica em standby aguardando que as estratégias sejam definidas e que as ações operacionais lhe sejam designadas. Ele atua junto ao CEO e não apenas fala com ele pontualmente”.
Afinal, de acordo com Taurion, “o CEO está no cerne das decisões estratégicas e, portanto, se a empresa considera que a tecnologia digital é estratégica, o principal parceiro nestas discussões deve ser o CIO. O CIO estratégico é, portanto, aquele que a empresa deve considerar como seu principal estrategista digital”.
Infelizmente, em muitas empresas brasileiras, segundo Taurion, “as suas altas gerências ainda veem TI como tática e operacional, tendo basicamente o papel de automatizar os processos de negócio buscando ser mais eficiente e pelo menor custo possível (é visto basicamente como um centro de custos). Esta percepção é mais acentuada nas empresas de porte médio, o que paradoxalmente, são empresas que sofrem muito quando uma disrupção tecnológica surge em seu setor, pois nem sempre tem capital suficiente para fazerem sua própria transformação”. Leia o artigo na integra: clique aqui.
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