Indústria 4.0 no Brasil: setor ainda engatinha frente ao cenário global

A Indústria 4.0 no Brasil ainda é uma realidade distante. Tecnologias como Inteligência Artificial (IA), Internet das coisas e Robótica exigem do setor industrial  investimentos pesados em infraestrutura, além de uma cultura forte das organizações para que não haja resistência às mudanças por parte dos colaboradores.

O fato de o Brasil estar mergulhado nos últimos anos em uma crise econômica, que só se agravou com a pandemia de Covid-19, também retardou o processo de digitalização da indústria nacional. O que nos torna cada vez menos competitivos no cenário global.

Mas mesmo diante de tantas dificuldades, pesquisa recente realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), mostra que 82% das grandes empresas pretendem investir em 2021.  A maior parte delas visa melhorar o processo produtivo e aumentar a capacidade de produção.

Trechos da pesquisa apontam ainda que “o ano passado começou e terminou fora da curva. Em 2020, 84% das empresas pretendiam investir, em um percentual acima dos anos anteriores. No entanto, apenas 69% conseguiram de fato investir devido à pandemia, em um dos menores registros na história da pesquisa”.

Segundo Carlos Carlos Eduardo Abijaodi, diretor de Desenvolvimento Industrial e Economia da CNI, “a redução dos investimentos no ano passado ocorreu em grande parte pelo elevado custo dos insumos e pela reavaliação do mercado doméstico como destino de seus produtos”.

“Sentimos que os investimentos não foram feitos e foram adiados para este ano, pelo alto custo para investir e pela falta de alternativas de financiamento. Para esse ano, percebemos uma preocupação muito grande com os processos produtivos, que devem ser melhorados, com a aquisição de novas máquinas e tecnologia”, explica Abijaodi.

Indústria 4.0 no Brasil: automação reduzirá custos

Por intermédio da automação, as indústrias podem prever erros, evitar desperdícios e, consequentemente, aumentar a lucratividade. O que explica a preocupação das organizações, como disse acima Abijaodi, em melhorar este ano os processos produtivos.

De acordo com Cristiano dos Anjos, vice-presidente para América do Sul da  Schneider Eletric, a realidade é que as “empresas precisam investir em infraestrutura agora, antes que seja tarde demais. Até porque, se você não fizer isso, seu concorrente o fará”.

Ele ressalta ainda que estamos à espera do 5G e “logo mudaremos completamente nossa maneira de agir, de interagir, de trabalhar. O 5G potencializará nossas vidas – velocidade, produtividade, eficiência, otimização. A digitalização estará presente em tudo, no âmbito pessoal e profissional”.

Fato é que o 5G permitirá conectar “coisas” em níveis nunca antes possíveis, explica o executivo. E exemplifica: “uma fábrica possui vários maquinários e precisa pagar um contrato de manutenção com uma empresa. Como está tudo conectado, é possível saber quais são os equipamentos que precisam de manutenção preventiva ou preditiva”.

Usando algoritmos de inteligência artificial, continua Anjos, “ dá para evitar a quebra do ativo, realizando a troca de um componente antes da falha. E se falhar, o distribuidor pode adequar o estoque que está lá na ponta e colocar a equipe do parceiro para atender ao cliente de maneira muito mais rápida e mais efetiva em termos de custos”. Leia o artigo: À espera do 5G: o momento de investir em infraestrutura é agora

Ter maior controle das informações geradas pela produção é uma das maiores vantagens da Indústria 4.0, também conhecida como Quarta Revolução Industrial. Isso torna os negócios mais ágeis e transparentes.

Uma das formas de se aprofundar sobre estes e outros assuntos que envolvem a Indústria 4.0 é debatendo com profissionais da área. Participe do Industry Tech Innovation – a reunião virtual terá cerca de 50 executivos.

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