Lições de Andy Grove: o homem que transformou a Intel

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Andy Grove, um dos gestores mais admirados do mundo dos negócios, teve uma trajetória brilhante na Intel porque soube como agregar valor real à companhia. Não é à toa que ele figurou como um dos pioneiros na expansão dos computadores pessoais, ao lado de Steve Jobs (Apple) e Bill Gates (Microsoft).

Em seu livro: “Gestão de Alta Performance: tudo o que um gestor precisa saber para gerenciar equipes e manter o foco em resultados”, Grove deixa bem claro que um líder não pode se limitar a transmitir informações sem agregar nenhum valor à empresa, pois ele pode ser facilmente substituído.

Grove ressalta ainda no livro a importância de os gestores investirem em novas tecnologias, experimentarem novas ideias. “Ou você está esperando que outras pessoas descubram como podem fazer uma nova engenharia em seu local de trabalho?”, questiona o autor.

Para o homem que mudou os caminhos da Intel, “uma empresa é um organismo vivo e deve continuar trocando sua pele. Os métodos têm que mudar. O foco tem que mudar. Os valores têm que mudar. A soma total dessas mudanças é a transformação”.

Andy Grove: como motivar seus colaboradores?

Como um líder deve motivar seu time? Esse é um assunto que tira o sono de muitos gestores, pois sabemos que sem o empenho da equipe não se pode ter bons resultados. No livro, Grove trata do assunto com maestria e nos ensina como lidar com funcionários que não estão atendendo às expectativas da empresa.

Você sabe determinar se falta nesse funcionário com baixo rendimento habilidades ou motivação?, indaga Grove no livro. “Se pergunte: ele poderia completar essa tarefa se sua vida dependesse disso? Se a resposta for sim, então ele provavelmente está sem motivação”, acrescenta.

Segundo o autor, é impossível tocar violino perfeitamente sem ter sido treinado para isso. Mas se você tivesse que correr quilômetros para fugir de um serial killer, você provavelmente iria mesmo sem estar em forma. “O fato é que funcionário com desempenho baixo provavelmente está sem motivação ou não tem o conhecimento suficiente”, explica.

E acrescenta: “Então, não é surpresa que motivação se tornou o centro do gerenciamento moderno, em grande parte devido ao aumento de funcionários do conhecimento, sendo sua principal fonte de renda a informação. Afinal, a qualidade do trabalho feito por um trabalhador manual é fácil de avaliar. Isso é porque se um pedreiro com baixa motivação construir uma parede torta, o supervisor vai notar imediatamente e tomar as medidas para correções”.

Mas quando se trata de um trabalhador de conhecimento, comenta Grove, “é difícil de dizer imediatamente se uma tarefa foi realizada da maneira correta se você não for um profissional no ramo. Isso significa que é ainda mais importante manter os funcionários motivados para evitar esses erros caros e difíceis de identificar” .

Saber se os colaboradores são motivados por competência ou conquistas, de acordo com o autor, é o primeiro passo para estimular o time:

por competência:  “são motivados a aumentar suas habilidades e conhecimento. Pense sobre um músico espetacular que pratica todos os dias para melhorar sua técnica.  Gestores devem encorajar esses funcionários a produzir resultados tangíveis e impedir que eles foquem somente em melhora própria”, ressalta o autor.

por conquistas: “esses são motivados por sucesso. Funcionários assim devem ser colocados em uma situação onde seus objetivos são ambiciosos o suficiente pra eles crescerem”.

Dinheiro não é a melhor recompensa

Na visão de Grove, até mesmo funcionários que dependem muito de seus salários para sobreviver acham que motivação por dinheiro é limitada. “Isso é porque dinheiro motiva as pessoas, mas só até elas conquistarem um padrão de vida decente onde suas necessidades básicas estão satisfeitas. Depois disso, esses funcionários vão querer recompensas mais significativas e relevantes”, comenta.

Então, como você pode manter os funcionários no pico de seu desempenho?, pergunta o autor, “configurando um sistema que meça seu sucesso. Essa é a única maneira deles avançarem de verdade”. Por isso, “apenas olhe para funcionários que são movidos por competência e amam expandir seu conhecimento e habilidades. A melhor técnica para motivá-los é mostrando que eles têm potencial para melhorar. Porque sem esse potencial, o desejo de fazer o seu melhor desaparece”, afirma.

Grove também foi um dos grandes defensores das reuniões individuais para motivar e entender melhor o trabalho de seus principais colaboradores. “Noventa minutos de seu tempo podem melhorar a qualidade do trabalho de seu subordinado por duas semanas, ou por mais de oitenta horas, e melhorar sua compreensão do que ele está fazendo”, ensina o autor.

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