Por Christine Salomão, jornalista – diretora de conteúdo da ebdi. O poder da disrupção tecnológica.
A disrupção tecnológica não é um conceito novo, mas sua velocidade e amplitude têm aumentado exponencialmente nos últimos anos. Tecnologias como inteligência artificial, Internet das Coisas (IoT), blockchain e realidade aumentada estão remodelando indústrias diversas – saúde, finanças, transporte e varejo.
Por isso, as tecnologias disruptivas têm o poder de transformar indústrias inteiras, remodelando modelos de negócios e redesenhando o cenário competitivo. E essas inovações não apenas automatizam processos existentes, mas também criam novos produtos, serviços e mercados, revolucionando a forma como fazemos negócios. E é por isso que os CEOs estão cada vez mais dispostos a abraçar essa revolução tecnológica.
E os líderes não são apenas responsáveis por tomar decisões estratégicas, mas também por liderar suas equipes na adoção e implementação dessas tecnologias disruptivas, o que não é uma tarefa fácil. Além do investimento em novas tecnologias exigir uma visão estratégica de longo prazo, os CEOs precisam estar dispostos a assumir riscos calculados, experimentar novas abordagens e, sim, estar preparados para lidar com fracassos.
Isso porque a inovação nem sempre é um caminho livre de obstáculos, mas é através dela que as oportunidades reais de crescimento se materializam. Tanto que várias empresas que estão sendo lideradas por CEOs que compreendem a importância da inovação disruptiva ganham cada vez mais mercado. A exemplo de Elon Musk, da Tesla, que busca transformar a indústria automobilística com veículos elétricos e autônomos. E Tim Cook, da Apple, que continua a expandir o império da empresa com produtos que atiçam o desejo de compra das pessoas, como o iPhone e a Apple Watch.
Vale lembrar que quando Cook assumiu o cargo de CEO da Apple no lugar de Steve Jobs, há quase 12 anos, grande parte das pessoas pensou que a empresa já estava no auge. Mas sob o comando de Cook, de acordo com matéria da CNN Brasil: “o valor de mercado da Apple aumentou mais de 700%, para quase US$ 3 trilhões.” O que reforça a força de uma liderança robusta, que aposta na melhoria contínua aproveitando todas as oportunidades dadas pela inovação.
E a maioria dos líderes hoje também busca expandir os negócios trilhando o caminho da inovação. Foi o que sinalizou o Estudo “Fortune/Deloitte CEO Survey 2023”, ao mostrar que a maior parte dos CEOs continua “a explorar e investir em tecnologias emergentes, mantendo o curso da estratégia de negócios enquanto gerenciam os desafios de implementação, desde habilidades da força de trabalho até casos de uso aplicáveis e maturidade tecnológica. Na verdade, 83% dos CEOs afirmaram que provavelmente alinharão as habilidades e o treinamento da força de trabalho à luz das rápidas mudanças tecnológicas.”
Além disso, de acordo com o relatório, “dado o impacto da tecnologia emergente na forma como o trabalho é realizado, nos próximos seis meses, 52% dos CEOs afirmaram que provavelmente mudarão as expectativas de onde o trabalho é realizado (por exemplo, no local, híbrido, remoto), enquanto quase 50% dos CEOs indicaram que provavelmente considerariam pausar ou ajustar a contratação.”
Disrupção tecnológica e seus impactos nos negócios
O Estudo da Fortune e Delloite mostrou também que “setenta e nove por cento dos CEOs acreditam que a Inteligência Artificial generativa aumentará a eficiência, e metade dos CEOs entrevistados (52%) acredita que aumentará as oportunidades de crescimento. Finalmente, mais de um terço (37%) está atualmente implementando IA generativa em algum grau”.
Os CEOs reconhecem que a IA está se tornando uma força transformadora em diversas indústrias por redefinir a forma como as empresas operam, competem e entregam valor aos clientes. E esse olhar os fazem querer abraçar a IA para aproveitar ao máximo seu potencial transformador.
A seguir, algumas das principais razões pelas quais os CEOs estão abraçando a disrupção tecnológica devido aos avanços da IA:
- Disrupção de setores inteiros: a IA tem o potencial de causar disrupção significativa em setores inteiros da economia. Empresas que não acompanham essas mudanças correm o risco de ficar para trás e perder vantagem competitiva. CEOs entendem que precisam estar à frente dessa curva de inovação para manter seus negócios relevantes.
- Eficiência operacional: a IA pode automatizar tarefas repetitivas e melhorar a eficiência operacional. Isso pode resultar em redução de custos, maior produtividade e melhor utilização dos recursos, fatores que são críticos para a saúde financeira das empresas.
- Tomada de decisão mais informada: a IA fornece insights e análises de dados mais sofisticados, permitindo que os líderes tomem decisões mais informadas e baseadas em dados. Isso pode levar a estratégias de negócios mais eficazes e melhores resultados financeiros.
- Inovação e personalização: a IA é uma ferramenta poderosa para a inovação. Ela pode ser usada para desenvolver novos produtos e serviços, bem como para personalizar a experiência do cliente, criando produtos sob medida e melhorando o atendimento ao cliente.
- Competição global: em um mundo cada vez mais globalizado, as empresas enfrentam concorrência não apenas local, mas internacional. A IA pode ser uma maneira de ganhar uma vantagem competitiva em escala global, impulsionando a inovação e a eficiência.
- Previsão de tendências e riscos: a IA é capaz de analisar grandes volumes de dados em tempo real, o que permite às empresas prever tendências de mercado e identificar riscos potenciais com maior precisão. Isso é essencial para a adaptação rápida às mudanças nas condições de mercado.
- Responsabilidade ética e social: os CEOs estão cientes das preocupações éticas e sociais em torno da IA, como viés algorítmico e privacidade de dados. Eles reconhecem a importância de implementar práticas éticas e transparentes em suas empresas para manter a confiança dos clientes e a reputação da marca.
E para debater esses e outros temas importantes que envolvem a liderança na era digital, a EBDI realizará, de 31 de janeiro a 02 de fevereiro, o SAB CEO 2024. O Encontro, uma imersão de 3 dias, já conta com a participação de 60 presidentes das maiores empresas do País. Para mais informações, clique aqui (vagas limitadas).