O Open Banking, que significa banco aberto ou sistema financeiro aberto, é um conjunto de regras e tecnologias que permite o compartilhamento de dados e serviços de clientes entre instituições financeiras por meio da integração de seus respectivos sistemas.
O princípio fundamental do Open Banking é o consentimento do usuário, ou seja, as empresas deverão, obrigatoriamente, compartilhar informações de um cliente (seja pessoa física ou jurídica), se ele solicitar e autorizar a transmissão dos dados para outra instituição.
Com isso, “o conceito de Open Banking pode ser entendido como parte de uma mudança mais ampla, que vai muito além da sua própria indústria, em direção a uma economia que reconhece que a propriedade de dados é do indivíduo e não das instituições financeiras”, afirma Sergio Biagini, sócio-líder da Indústria de Serviços Financeiros da Deloitte, em artigo publicado pela Deloitte.
Assim, acrescenta o executivo, “as estratégias tradicionais centradas no produto são substituídas por proposições emergentes focadas no valor do cliente, resultando em uma mudança positiva para todos os agentes do setor”.
Movimento Open Banking
De acordo com Biagini, “o mercado financeiro vem se transformando intensivamente ao longo dos últimos anos e alguns drivers de transformação contribuem para o movimento do Open Banking: inovação tecnológica; mudança no comportamento dos clientes e a entrada de novos players de mercado”.
“Podemos entender que o Open Banking é um catalisador dessas mudanças impulsionado por um novo marco regulatório que possibilitará novos modelos de negócio, facilitados por essas forças, e que levarão a mudanças sensíveis na dinâmica do mercado”, explica o executivo.
Mas, segundo Biagini, “para o Open Banking funcionar, é preciso que as instituições financeiras encarem a implementação de suas diretrizes para além dos requerimentos regulatórios e do mero compliance demonstrando os benefícios reais proporcionados aos clientes que aderirem ao compartilhamento de dados – principalmente o impacto positivo que a iniciativa pode ter na saúde financeira deles”.
Banking as a Service (BaaS)
Já o conceito de Banking as a Service, conhecido pela sigla (BaaS), é muito inovador porque permite a uma empresa oferecer serviços financeiros. Com isso, qualquer organização poderá criar seu próprio banco.
Em síntese, o BaaS atua como provedor de infraestrutura para a viabilização operacional seja de fintechs, seja de bancos tradicionais e até mesmo de agentes que antes não atuavam ou ofereciam serviços financeiros, como empresas de varejo e de serviços, e tenham a possibilidade de atuar nesse mercado.
Na prática, uma empresa pode identificar uma necessidade do cliente e decidir oferecer algum benefício a partir de um serviço financeiro. Uma rede varejista, por exemplo, pode fidelizar mais clientes ao disponibilizar um cartão de crédito personalizado e que ofereça melhores taxas.
Uma estratégia que ajuda a atrair e reter o público-alvo, além de a empresa ter acesso aos dados, ou seja, informações relevantes sobre cada um dos clientes. Outra vantagem é que com o BaaS a organização oferece serviços financeiros sem precisar passar por um longo processo de regulamentação do serviço. Isso por ser associado ao banco parceiro, o que economiza tempo e recursos com processos burocráticos.
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