Rumos da economia: previsões para 2023

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Por Claudio Conceição, editor-executivo da revista Conjuntura Econômica e editor-chefe do Blog da Conjuntura. Artigo – Rumos da economia: previsões para 2023

As expectativas de que a atividade econômica iria aos solavancos no primeiro semestre deste ano em certa medida não se concretizaram. Nos três primeiros meses a economia cresceu 1%. E, embora ainda não tenham sido divulgados os números oficiais pelo IBGE, as estimativas são de um crescimento na casa de 1% neste segundo trimestre. Com isso, a economia brasileira fecharia o semestre com uma expansão ao redor de 2% em relação ao último semestre do ano passado.

É pouco, mas melhor do que as previsões que apontavam para uma possível desaceleração a partir de abril. Esse resultado se deve à volta da vida à quase normalidade. Com os efeitos da pandemia minguando – os casos e mortes no Brasil têm caído a patamares bem baixos –, tudo que estava represado voltou com forte intensidade, puxado pelo setor de serviços, com o consumo das famílias sendo o centro dessa expansão.

Segundo o Monitor do PIB do FGV IBRE, em torno de 85% do crescimento interanual do consumo das famílias em relação ao ano passado pode ser explicado pelo consumo de serviços, devido ao elevado peso desta categoria na cesta de consumo das famílias brasileiras.

Rumos da economia X taxas de desemprego

Com a economia reabrindo e a normalização de grande parte do setor de serviços, o que mais pesa no PIB e gera empregos, as taxas de desemprego saíram dos incômodos dois dígitos, iniciando uma trajetória descendente. Em junho, a taxa de desemprego caiu para 9,3%, depois de flertar durante muito tempo na casa dos dois dígitos.

No caso das taxas de desemprego, apesar da melhora, os analistas de mercado de trabalho, renda e produtividade do FGV IBRE acreditam que os números devem ser olhados com certa cautela.

Veja a Carta do IBRE: Mercado de trabalho surpreende, mas problemas estruturais permanecem.

Mas não há dúvidas de que a reabertura da economia, especialmente as atividades presenciais e mais intensivas em mão-de-obra, fizeram o PIB engordar um pouco. A grande questão que se coloca é se este segundo semestre também trará resultados positivos. E, quanto a isso, há muita incerteza e opiniões divergentes entre os economistas.

O que esperar para 2023?

E, para 2023, todas as previsões apontam para um baixo crescimento econômico. O endividamento das famílias tem batido recordes. Segundo dados do Clube de Diretores Lojistas, em julho último o endividamento das famílias subiu16,5% e o número de pessoas que estão devendo há mais de 3 meses aumentou quase 40%.

Quase metade dos inadimplentes tem dívidas de até R$ 1 mil, e as mulheres, muitas delas chefes de família, estão ligeiramente mais endividadas que os homens. Segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), oito em cada dez famílias brasileiras têm dívidas; 22% dos brasileiros estão com mais da metade dos seus rendimentos comprometidos com dívidas.

Lei o artigo na íntegra: Blog Conjuntura Econômica – clique aqui.

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