O setor fiscal vem enfrentando uma série de desafios nos últimos anos devido à crescente digitalização da economia. Mas criar um relacionamento mais humanizado com as pessoas frente às novas tecnologias não é uma tarefa fácil. A começar que o papel da equipe de tax mudou e, com isso, novos skills são necessários para a tomada de decisões estratégicas.
Atualmente, além de conhecimentos técnicos, os profissionais do setor fiscal precisam ser mais inovadores, curiosos, ter pensamento crítico, capacidade de problem solver, se quiserem atender às necessidades das empresas na era digital. E esses foram apenas alguns dos bons Skills citados pelos executivos Jocilene Barros da Novartis, Matteus Col do iFood e Ricardo Akira da Cacau Show durante o painel de abertura, em novembro passado, do Encontro Mastering: Fiscal Journey, uma iniciativa da EBDI.
Segundo eles, uma equipe mais diversificada, proativa e que transite bem em outros setores é fundamental para que a área de tax possa propor modificações em questões estratégicas do negócio, além de auxiliar na antecipação de problemas. Isso porque a automação fiscal não irá substituir a atividade humana e sim aumentar a produtividade dos profissionais de tax.
Por isso, os líderes precisam entender melhor o papel do ser humano frente às novas tecnologias, pois máquinas não sabem lidar com incertezas e mudanças. Ao contrário dos colaboradores, que conseguem encarar cenários inesperados e cheios de incertezas, como pandemias, guerras etc.
Diante disso, é preciso avaliar e mapear quais processos podem se tornar automáticos, dando espaço para que as pessoas possam trabalhar em áreas que demandam estratégia e criatividade, sinaliza Vitor Almeida, diretor de contencioso tributário da P&G, que também ministrou palestra no Encontro.
Lembrando que as ferramentas de automação, mais do que substituir a força humana, atuam com o intuito de realizar atividades repetitivas, o que contribui para que a área de tax gere valor para a organização. “Precisamos saber identificar oportunidades. Estar preparado e com a mente aberta para inovar e usufruir dos benefícios que impactam todo o ecossistema”, ressalta Almeida.
E, para isso, “é preciso conhecer o negócio profundamente. Percorrer o processo de ponta a ponta e fazer interação entre as áreas”, ressalta Érik Queiroz, gerente fiscal e tributário da Piracanjuba, que também ministrou palestra no Encontro sobre “Tax Intelligence: uma equipe menos operacional e mais analítica”.
Equipe de tax: invisível
Vale ressaltar que uma das dores apontadas pelos participantes durante o Encontro foi a de a área de tax ser “invisível” para os outros setores da empresa. Por isso, a importância de uma estratégia de comunicação mais assertiva para que os outros setores da organização reconheçam a importância do setor fiscal.
Afinal, os colaboradores não têm conhecimento dos gols da área de tax porque a comunicação entre os setores é ineficiente. E os profissionais de tax acabam ficando invisíveis por não mostrarem para as equipes o quanto eles estão gerando valor para os negócios.
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Novos Encontros EBDI / 2023