Para Peter Drucker, o Pai da Administração Moderna, “vendas e marketing não são termos sinônimos nem complementares”. Segundo ele, “até se poderia dizer que, se o marketing fosse perfeito, o esforço de vendas, no atual sentido da palavra, seria desnecessário”. Mas isso só seria possível, na visão do visionário, “se as empresas conhecessem e compreendessem tão bem seus clientes a ponto de lançarem produtos que atendessem suas necessidades e desejos.”.
Como muitos conceitos de Drucker, esse acima, de acordo com William A. Cohem, ex-aluno de Peter Drucker e autor do livro “Uma Aula com Drucker”, “exige muita reflexão, para que seja compreendido em sua plenitude e aplicado de maneira correta”. E acrescenta: “até hoje, a maioria dos teóricos de marketing considera vendas subconjunto do marketing”.
Mas por que esse conceito é tão difícil de ser colocado na prática? A resposta está no propósito da empresa: a maioria resume o seu negócio ao ramo de atuação (no produto ou serviço) e não tem uma estratégia de marketing eficaz capaz de compreender os anseios dos clientes.
Peter Drucker: foco no ser humano
Se Drucker já sinalizava a importância de as empresas focaram no ser humano e não em produtos ou serviços antes da era digital, imagina hoje que os consumidores buscam se identificar com as marcas pelo propósito. Afinal, as pessoas estão cada vez mais preocupadas, por exemplo, com questões relacionadas à responsabilidade social (meio ambiente), diversidade, inclusão e com a postura das empresas frente aos temas.
Agora, construir um relacionamento humanizado com o cliente diante da tecnologia não é uma tarefa fácil, mas as empresas da chamada nova economia, como o iFood, fizeram isso. A marca não só inovou como revolucionou o mercado de delivery de comida por atender às necessidades dos consumidores. Tanto que quando foi lançado em 2011, em apenas seis meses, o aplicativo reunia cardápios de 650 restaurantes em São Paulo. E não demorou nadinha para a plataforma ganhar a América Latina.
Mas o que leva uma marca a criar um modelo de negócio impensável e que faz cair por terra a lógica de negócios mais tradicionais? “Cada marca precisa ter um propósito muito claro. Que chegue não só ao usuário final, mas que impacte individualmente cada um que faz parte da organização. E o propósito do iFood hoje é alimentar o futuro do mundo”, ressalta Mairá Mendonça, head of marketing do iFood, ao ministrar palestra no Encontro Marketing Innovation 2022, realizado, em junho passado, pela EBDI.
E esse sonhar grande do iFood “se conecta comigo, enquanto profissional, enquanto pessoa”, ressalta Mairá. Isso porque o propósito da marca não está nas metas de crescimento de pedidos e entregas, mas sim em alimentar. E o alimentar passa por muito mais que comida”.
“E quais são os pilares que embasam nosso propósito?”, acrescenta Mairá, “educação, meio ambiente e inclusão”. Segundo ela, a marca sabe o quanto esses temas são importantes hoje para a sociedade e o “iFood se posiciona neste lugar de realmente ter compromissos em relação a essas pautas”.
A Volvo é outro exemplo de como o proposito é fundamental para o crescimento e sucesso de uma marca. Afinal, por intermédio dele, a empresa sueca, fundada em 1927, consegue mostrar até hoje, não só a essência do negócio, mas o que os seus fundadores, o engenheiro Gustav Larson e o economista Assar Gabrielsson, queriam oferecer ao mundo: mais segurança para as pessoas.
“A Volvo nasceu pra cuidar das pessoas. E de todas as pessoas. E um dos exemplos que a gente tem é o cinto de segurança de 3 pontos”, afirma Felipe Yagi, marketing & communications manager – Latin America Hub | VOLVO CARS, que também ministrou palestra, em junho passado, no Encontro Marketing Innovation, realizado pela EBDI.
Para se aprofundar sobre esses e outros temas, participe do “Marketing B2B”. Elaborado pela EBDI, o Encontro reúne, anualmente, em uma imersão de três dias, 50 líderes de marketing das organizações mais influentes do país. Clique aqui para mais informações.