Porque a Meta, que é dona do Facebook, Instagram e WhatsApp, decidiu abrir esse ano uma loja física no campus da empresa em Burlingame, na Califórnia (EUA)? Afinal, não faz nenhum sentido uma companhia nativa digital deste porte atuar no presencial já que a maioria das organizações do planeta está fazendo o caminho inverso.
Mas o interessante é que o objetivo da marca com a Meta Store é apostar no presencial para melhorar a experiência do cliente no mundo digital. A estratégia é vender produtos tecnológicos de ponta, como os óculos de realidade ampliada, para que o consumidor possa conhecer, tirar dúvidas e desmitificar, por exemplo, o ambiente de metaverso, que é uma aposta da marca.
Isso porque caminhamos cada vez mais para um mundo em imersão, uma espécie de Seconde Life. E a realidade aumentada pode ser definida como um sistema que combina elementos virtuais com um ambiente real, além de ser interativa e ter processamento em tempo real. Sem falar que é concebida e exibida em três dimensões.
Agora, segundo pesquisa da Accenture, é preciso um esforço para apresentar o metaverso para internautas, o que reforça a importância de a Meta apostar no espaço físico para explicar o digital. “A palavra é desconhecida para metade dos consumidores brasileiros e o nível de buscas sobre metaverso no Google só cresce”, sinaliza o relatório.
Vale destacar que o termo “metaverso” surgiu no livro de ficção científica “Snow Crash”, escrito por Neal Stephenson e publicado em 1992. O autor descreveu a palavra como um “universo gerado informaticamente que o computador desenha sobre os seus óculos e bombeia para dentro de seus fones de ouvido”.
Meta quer unir os dois mundos: físico e digital
O desafio da Meta e de outras empresas visionárias é unir os dois mundos: físico e digital, que a cada dia passarão a conviver de forma mais integrada e interdependente. Por isso, a tendência Omnichannel para o crescimento das marcas no varejo é uma estratégia excelente porque estimula a decisão de compra do cliente.
A começar pela oferta de produtos. O novo conceito de lojas físicas no segmento de moda é um bom exemplo. O espaço passa a ser uma vitrine para o consumidor ver o portfólio da marca, da mesma forma que ele veria no site da empresa. O diferencial é que ele poderá experimentar a roupa.
A experiência de compra na loja física também é a mesma do site da marca. O consumidor escolhe as peças que gostaria de comprar, efetua o pagamento e recebe os produtos em casa. Isso ajudará a manter o hábito das pessoas de irem ao shopping para fazer compras. Mas com uma vantagem, ninguém precisa carregar sacolas.
Agora, além de espaços úteis, a loja física tende a ser um local de entretenimento. A Apple Store, por exemplo, oferece cursos gratuitos presenciais para seus clientes, como o de tirar fotos e editar essas imagens com um iPhone. Muitas pessoas compram produtos da marca e não conseguem utilizar os recursos tecnológicos disponíveis, por isso, essa é uma estratégia eficiente de pós-vendas.
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