SAB Supply Chain 2024: Gestão de riscos em um ambiente de negócios volátil

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Por Christine Salomão, jornalista – diretora de conteúdo da ebdi. SAB Supply Chain 2024: Gestão de riscos em um ambiente de negócios volátil.

As inovações tecnológicas estão revolucionando a cadeia de suprimentos. Com os avanços da Inteligência Artificial (IA), integrada ao Machine Learning e outras tecnologias disruptivas, é possível otimizar operações, melhorar a eficiência, reduzir custos e aumentar a visibilidade e a previsibilidade em toda a cadeia de suprimentos.

Afinal, a gestão de cadeias de suprimentos é uma operação complexa que envolve coordenação de diversas partes, desde a aquisição de matérias-primas até a entrega dos produtos aos clientes. E com a crescente quantidade de dados gerados nesse processo, as empresas se veem diante do desafio de extrair insights relevantes para tomar decisões estratégicas. É aí que a IA emerge como ferramenta essencial.

Isso pela capacidade que a IA tem de processar enormes volumes de dados em tempo real e identificar padrões, tendências e riscos que seriam quase impossíveis de serem percebidos antes pelas empresas. Além disso, a IA pode analisar o impacto de decisões passadas e ajustar suas recomendações com base nos resultados reais, tornando a tomada de decisões mais precisa e eficaz ao longo do tempo, o que estimula o aprendizado contínuo.

Vale destacar que com o uso de algoritmos de aprendizado de máquina e redes neurais, a IA pode:

  • Prever a demanda: a IA utiliza dados históricos e externos para prever a demanda futura, ajudando a empresa a otimizar seus níveis de estoque e evitar a escassez ou excesso de produtos.
  • Otimizar rotas de transporte: algoritmos de IA podem calcular as rotas mais eficientes para o transporte de mercadorias, economizando tempo e dinheiro.
  • Melhorar a qualidade do produto: a IA pode monitorar a qualidade dos produtos em tempo real, identificando defeitos e reduzindo o desperdício.
  • Automatizar processos: a automação baseada em IA pode agilizar tarefas repetitivas e melhorar a eficiência operacional.
  • Personalizar a experiência do cliente: a IA permite a personalização de produtos e serviços com base em dados demográficos e preferências do cliente.
  • Gerenciar riscos: a IA é usada para avaliar riscos potenciais, como interrupções na cadeia de suprimentos devido a desastres naturais ou problemas com fornecedores, permitindo uma resposta mais rápida a esses desafios.

Os avanços tecnológicos desempenham um papel crucial na construção de uma cadeia de suprimentos mais resiliente. Ou seja, que tenha a capacidade de responder rapidamente às disrupções operacionais por meio de planejamento e previsão de contingência flexíveis, desde o abastecimento de materiais à logística e entrega final de produtos e serviços.

Por isso, a combinação de estratégias de mitigação de riscos, adoção de tecnologias avançadas e colaboração entre as partes interessadas pode ajudar as empresas a enfrentar as incertezas do mercado e a manter a resiliência necessária para prosperar em um mundo em constante evolução.

O uso da IA integrada ao machine learning, por exemplo, ajuda a construir uma cadeia de suprimentos resiliente devido a melhora na eficiência,  visibilidade e capacidade de adaptação. Com algoritmos de previsão avançados também é possível antecipar mudanças na demanda, permitindo a reconfiguração ágil da produção e do transporte.

Além disso, a tecnologia blockchain é usada para criar registros transparentes e imutáveis ​​de transações em toda a cadeia de suprimentos, melhorando a rastreabilidade e a autenticidade dos produtos. Isso é especialmente importante em setores como o de alimentos e farmacêutica, onde a segurança do produto é crítica.

A colaboração entre as partes interessadas na cadeia de suprimentos também faz parte da estratégia para se responder rapidamente às disrupções operacionais. E dentro deste contexto, parceiros de negócios, fornecedores e clientes devem compartilhar informações e trabalhar juntos para identificar e mitigar riscos. A visibilidade e a comunicação transparente promovem uma resposta rápida e eficaz a interrupções inesperadas.

Outras tecnologias disruptivas, juntamente com a IA, têm desempenhado um papel significativo na transformação da cadeia de suprimentos em diversos setores pelo potencial de melhorar a eficiência, visibilidade e agilidade, conforme descritos abaixo:

  • Internet das Coisas (IoT): sensores conectados em produtos, veículos e equipamentos podem fornecer informações em tempo real sobre sua localização, condição e desempenho. Isso permite um rastreamento mais preciso e uma melhor gestão de ativos.
  • Impressão 3D: a impressão 3D permite a fabricação de peças personalizadas sob demanda, reduzindo a necessidade de armazenar grandes estoques de peças de reposição.
  • Robótica e automação: robôs e sistemas automatizados podem acelerar processos de montagem, coleta de pedidos e movimentação de mercadorias em armazéns e fábricas.
  • Big Data e analytics: a análise de grandes volumes de dados pode fornecer insights valiosos sobre o desempenho da cadeia de suprimentos, permitindo tomada de decisões mais informadas.
  • Realidade Aumentada (AR) e Realidade Virtual (VR): essas tecnologias podem ser usadas para treinamento, manutenção e resolução de problemas remotos, economizando tempo e recursos.
  • Drones e veículos autônomos: drones e veículos autônomos podem ser usados para entregas, inspeções e monitoramento de ativos, melhorando a eficiência e a segurança.
  • Chatbots e assistência virtual: chatbots e assistentes virtuais podem fornecer suporte ao cliente e rastrear encomendas, melhorando a experiência do cliente.
  • Tecnologias de rastreamento e geolocalização: GPS e outras tecnologias de rastreamento permitem o rastreamento em tempo real de mercadorias e veículos, melhorando a visibilidade da cadeia de suprimentos.

A sustentabilidade na cadeia de suprimentos é uma abordagem holística que abrange o respeito ao meio ambiente, eficiência operacional, transparência e conformidade regulatória. É uma tendência que veio para gerar valor para os negócios e está moldando a forma como as empresas operam. Aqueles que reconhecem a importância da sustentabilidade não apenas contribuem para um futuro mais verde, mas também fortalecem seus negócios, ganham a confiança dos consumidores e se preparam para um mundo empresarial cada vez mais focado na responsabilidade social e ambiental.

Não é à toa que sustentabilidade está intrinsecamente ligada à eficiência. Processos mais eficazes na cadeia de suprimentos resultam em menor desperdício de recursos, menor consumo de energia e, consequentemente, redução de custos operacionais. Isso não apenas beneficia o meio ambiente, mas também melhora a rentabilidade das empresas.

A transparência é outro elemento fundamental da sustentabilidade na cadeia de suprimentos. Os consumidores atuais estão mais conscientes do que nunca sobre a origem e o impacto dos produtos que compram. Empresas que adotam práticas sustentáveis e fornecem informações transparentes sobre suas cadeias de suprimentos ganham a confiança dos consumidores, o que pode se traduzir em maior fidelização e vantagem competitiva.

Além disso, questões regulatórias estão se tornando mais rigorosas em relação às práticas ambientais e sociais das empresas. Não cumprir as regulamentações pode resultar em multas substanciais e danos à reputação. Portanto, a sustentabilidade na cadeia de suprimentos é uma maneira de garantir conformidade legal e evitar potenciais consequências negativas.

Tanto que a adoção de práticas ESG na cadeia de suprimentos traz uma série de benefícios e desempenha um papel fundamental na sustentabilidade e na gestão responsável das operações.

A seguir, alguns dos benefícios para a cadeia de suprimentos na adoção de ESG :

  • Sustentabilidade ambiental: considerar fatores ambientais, como a redução das emissões de carbono, a gestão de resíduos e o uso eficiente de recursos naturais, ajuda a minimizar o impacto ambiental das operações de cadeia de suprimentos. Isso é crucial para atender às demandas de consumidores e reguladores por práticas comerciais mais sustentáveis.
  • Reputação e confiança do consumidor: os consumidores estão cada vez mais conscientes das práticas de ESG e preferem apoiar empresas que demonstram compromisso com valores éticos e ambientalmente responsáveis.
  • Gerenciamento de riscos: considerar fatores ESG ajuda a identificar e mitigar riscos associados a práticas insustentáveis ou antiéticas na cadeia de suprimentos. Isso inclui riscos legais, de reputação e operacionais que podem afetar negativamente a empresa.
  • Eficiência e inovação: a incorporação de princípios de ESG na cadeia de suprimentos frequentemente leva a práticas mais eficientes, como a redução de desperdícios, economia de energia e uso de materiais sustentáveis. Além disso, a busca por soluções ESG pode estimular a inovação em processos e produtos.
  • Respeito aos direitos humanos e sociais: a consideração dos fatores sociais do ESG inclui a garantia de condições de trabalho justas, o respeito aos direitos humanos e o compromisso com a diversidade e inclusão. Isso não apenas melhora as condições de trabalho na cadeia de suprimentos, mas também atende a expectativas éticas e regulatórias.
  • Compliance regulatório: as regulamentações relacionadas ao ESG estão se tornando mais rigorosas em muitos países. Integrar o ESG na cadeia de suprimentos ajuda a garantir a conformidade legal e a evitar multas e sanções.
  • Atratividade para investidores: investidores e acionistas valorizam empresas que demonstram compromisso com o ESG, o que pode atrair investimento e melhorar a avaliação da empresa nos mercados financeiros.
  • Adaptação a tendências de consumo: à medida que os consumidores se tornam mais conscientes do ESG, as empresas que atendem a essas expectativas estão em melhor posição para se adaptar às mudanças nas tendências de consumo.
  • Atração de talentos: empresas comprometidas com práticas de ESG atraem talentos qualificados que desejam trabalhar para organizações com propósitos éticos.

Cibersegurança na cadeia de suprimentos é uma preocupação crescente. À medida que as empresas terceirizam atividades de logística, manufatura e serviços, a exposição a ameaças cibernéticas só aumenta. Parceiros de negócios podem se tornar pontos de entrada para ataques, caso não estejam adequadamente protegidos.

Por isso, a colaboração e a transparência entre os parceiros da cadeia de suprimentos são cruciais para identificar e mitigar riscos de segurança cibernética de forma eficaz. Além disso, a integração de sistemas de TI entre empresas e seus fornecedores também podem servir como portas de entradas para os ataques cibernéticos.

Outro problema são os próprios colaboradores, tanto internos quanto de parceiros externos, que podem representar riscos para a segurança. Acesso não autorizado ou comportamento negligente podem levar a vazamentos de dados ou interrupções.

Mais desafios da cibersegurança na cadeia de suprimentos:

  • Falta de visibilidade: em muitas cadeias de suprimentos, a falta de visibilidade sobre os ativos de TI e dados que fluem entre as partes dificulta a detecção e a resposta a ameaças cibernéticas.
  • Ataques de ransomware: ataques de ransomware direcionados a empresas de logística e fabricantes podem paralisar operações e levar a demandas de resgate significativas.
  • Regulamentação crescente: à medida que os governos intensificam as regulamentações de proteção de dados e cibersegurança, as empresas enfrentam o desafio de cumprir essas regras em suas operações de cadeia de suprimentos.
  • Desafios de compatibilidade: a padronização de medidas de segurança em diferentes partes da cadeia de suprimentos pode ser complicada, especialmente em cenários globais.
  • Escassez de talentos em cibersegurança: a escassez de profissionais qualificados em cibersegurança torna mais difícil para as empresas encontrar e manter talentos para proteger suas operações.
  • Falta de conscientização: a conscientização sobre ameaças cibernéticas e boas práticas de segurança é frequentemente insuficiente em toda a cadeia de suprimentos, o que torna os funcionários vulneráveis a ataques de engenharia social.

Agora, o caminho para vencer esses desafios é a a cibersegurança proativa, que  busca identificar e mitigar riscos de segurança antes que se transformem em problemas graves. Ou seja, estratégia baseada na prevenção, tendo a Inteligência Artificial como aliada. Ao contrário da cibersegurança reativa, que se concentra principalmente em responder a ameaças e incidentes após sua ocorrência.

Detecção avançada de ameaças: os sistemas de IA podem analisar grandes volumes de dados em tempo real para identificar padrões e comportamentos anômalos que indicam possíveis ataques. Essa capacidade de detecção avançada ajuda a identificar ameaças em estágio inicial, antes que causem danos significativos.

  • Análise de Comportamento de Usuários e Entidades (UEBA): a IA pode ser usada para monitorar o comportamento dos usuários e dispositivos na rede, identificando atividades suspeitas com base em desvios do padrão. Isso é especialmente útil na detecção de ameaças internas.
  • Automação de resposta a incidentes: a IA pode automatizar a resposta a incidentes, acelerando o tempo de reação a ameaças. Isso pode incluir bloqueio automático de tráfego malicioso, isolamento de sistemas comprometidos e geração de alertas para a equipe de segurança.
  • Aprimoramento de ferramentas de segurança: a IA pode ser incorporada em firewalls, sistemas de detecção de intrusões e outras ferramentas de segurança para melhorar a precisão na identificação de ameaças e reduzir falsos positivos.
  • Análise de grandes volumes de dados (Big Data): a IA pode ajudar a analisar grandes volumes de dados de registros de segurança e logs para identificar padrões e tendências que podem ser indicativos de ameaças.
  • Modelagem de ameaças: a IA pode ser usada para modelar ameaças e simular cenários de ataque, ajudando as organizações a antecipar vulnerabilidades e implementar medidas de segurança proativamente.
  • Segurança de dispositivos IoT: com a proliferação de dispositivos da Internet das Coisas (IoT), a IA pode ajudar a monitorar e proteger esses dispositivos, identificando comportamentos anômalos que possam indicar comprometimento de segurança.
  • Classificação de arquivos maliciosos: a IA pode ser usada para identificar automaticamente arquivos e aplicativos maliciosos com base em características de comportamento e código.
  • Treinamento de modelos de machine learning: a IA pode ser usada para treinar modelos de aprendizado de máquina para reconhecer ameaças específicas, tornando a detecção mais precisa ao longo do tempo.
  • Adaptação às ameaças em evolução: a IA é capaz de se adaptar às ameaças em constante evolução, uma vez que pode aprender com novos dados e comportamentos, garantindo que as defesas permaneçam eficazes.

Segundo pesquisa da Ernst & Young (EY),  “no Brasil, a falta de orçamento é a maior barreira para desenvolver programas que tornem sustentável a cadeia de suprimentos. Por outro lado, o país se destaca na utilização da inteligência artificial e do machine learning na cadeia de suprimentos, com 71% dos entrevistados pela pesquisa dizendo que são bem-sucedidos nessa tarefa. O percentual do Brasil é superior ao da média registrada no levantamento, que contou com a participação de 525 grandes empresas ocidentais de setores como varejo, saúde, governo, tecnologia, energia, manufatura, mobilidade, alimentação e agricultura, ouvindo seus executivos seniores de cadeias de suprimentos. Além do Brasil, os seguintes países foram contemplados: Argentina, Canadá, Estados Unidos e México.”

De forma geral, de acordo com a pesquisa, “os executivos entrevistados querem aumentar a visibilidade e resiliência de suas cadeias de suprimentos de ponta a ponta e, para isso, colocam os objetivos de sustentabilidade no topo da lista de prioridades. No entanto, enquanto muitos deles mantêm para suas cadeias uma estratégia de sustentabilidade de longo prazo (cinco a dez anos, por exemplo), poucos têm uma forma eficaz de mensurar o progresso.”

“Sem a tecnologia adequada para coletar e analisar dados de várias fontes, as métricas de desempenho tendem a ser menos avançadas e baseadas em dados qualitativos, e não quantitativos”, diz Jerri Biscuola, sócio de supply chain e operações da EY. “Nossa pesquisa mostra que apenas 50% das companhias relatam KPIs básicos sobre sustentabilidade e riscos da cadeia de suprimentos. Isso faz com que objetivos de negócio sejam de difícil alcance”, completa.

Lembrando que “conflitos geopolíticos, atrasos da logística que depende dos portos, falta de energia elétrica e eventos climáticos mantiveram, nos últimos anos, as cadeias de suprimentos no noticiário”, destaca a pesquisa.

A escassez de capacidade e a escassez de inventário são desafios críticos que afetam a gestão da cadeia de suprimentos em todo o mundo. Ambos têm um impacto significativo na eficiência operacional, nos custos, na satisfação do cliente e na resiliência das empresas.

A escassez de capacidade na cadeia de suprimentos, por exemplo, ocorre quando os recursos e ativos necessários para a produção, transporte e armazenamento de produtos não estão disponíveis em quantidade suficiente para atender à demanda. Isso pode incluir falta de mão-de-obra qualificada, espaço de armazenamento limitado, capacidade de transporte insuficiente e capacidade de produção saturada.

O impacto da escassez de capacidade inclui:

  • Atrasos na produção: a falta de mão-de-obra qualificada ou equipamentos disponíveis pode levar a atrasos na produção, afetando o cronograma de entrega de produtos.
  • Custos operacionais mais elevados: empresas frequentemente precisam gastar mais para adquirir capacidade adicional ou pagar horas extras para atender à demanda, o que pode prejudicar a lucratividade.
  • Satisfação do cliente comprometida: atrasos na entrega e dificuldade em atender aos pedidos dos clientes podem levar à insatisfação e à perda de clientes.

Já a escassez de inventário ocorre quando as empresas não possuem estoque suficiente para atender à demanda do mercado. Isso pode ocorrer devido a problemas de produção, problemas de fornecimento ou estratégias de estoque enxuto.

O impacto da escassez de inventário inclui:

  • Perda de vendas: quando os produtos não estão disponíveis para os clientes, as empresas perdem vendas e receita.
  • Preços mais elevados: a escassez de inventário pode levar ao aumento dos preços dos produtos devido à maior demanda e à menor oferta.
  • Impacto na reputação da marca: a incapacidade de atender consistentemente aos pedidos dos clientes pode prejudicar a reputação da marca e a fidelidade do cliente.
  • Aumento dos custos de transporte: quando as empresas precisam transportar produtos de locais distantes devido à escassez de inventário local, os custos de transporte podem aumentar.

A ética no uso da IA na cadeia de suprimentos é uma preocupação crescente dos gestores da área. Afinal, `a medida que a IA se torna parte integrante da gestão da cadeia de suprimentos, é crucial considerar não apenas os benefícios operacionais, mas as implicações éticas que essa tecnologia pode ter.

Ou seja, é importante assegurar que a implementação da IA seja guiada por princípios éticos sólidos. Isso implica garantir a transparência, responsabilidade e equidade em todo o processo. A transparência, por exemplo, é essencial para que todas as partes envolvidas na cadeia de suprimentos compreendam como a IA está sendo usada e tomem decisões informadas.

Isso também envolve a divulgação de como os algoritmos foram treinados e quais dados estão sendo utilizados. E neste contexto, é importante proteger a privacidade e a segurança dos dados, respeitando os regulamentos de proteção de dados. Já a responsabilidade desempenha um papel fundamental na ética da IA na cadeia de suprimentos porque as empresas são responsáveis pelas decisões e ações de seus sistemas.

Isso inclui a capacidade de detectar e corrigir erros, bem como a prestação de contas quando ocorrerem problemas. A IA não deve ser usada como uma maneira de evitar a responsabilidade humana. Além disso, a equidade é um componente crucial da ética na cadeia de suprimentos com IA porque os  algoritmos podem inadvertidamente perpetuar preconceitos e discriminação se não forem devidamente projetados e monitorados.

Portanto, é fundamental garantir que a IA seja treinada de forma justa e imparcial, considerando diferentes grupos demográficos e evitando viés injusto. Outra consideração ética importante é o impacto da IA na força de trabalho. Embora sejam grandes os benefícios da IA para aumentar a eficiência e a automação na cadeia de suprimentos, isso pode resultar na substituição de empregos. Por isso, é fundamental que as empresas planejem transições suaves e ofereçam oportunidades de treinamento e recolocação para os colaboradores afetados.

Segundo pesquisa Gartner: “A cadeia de suprimentos deverá centrar seu modelo de trabalho no ser humano. A força de trabalho deverá ser prioridade para as organizações, que deverão ser capazes de fornecer propostas de valor que sejam eficazes para atrair, reter e envolver o talento da escassa mão de obra disponível. Para garantir que isso ocorra, as empresas devem criar culturas e experiência flexíveis, significativas e gratificantes aos colaboradores, dando a eles autonomia, compreensão, valorização e cuidados”.

A ética no uso da IA na cadeia de suprimentos também envolve considerações ambientais. A sustentabilidade e a responsabilidade ambiental devem ser incorporadas às decisões tomadas com o uso da IA, a fim de minimizar o impacto negativo no meio ambiente.

E para debater esses e outros temas importantes para a cadeia de suprimentos, a EBDI realizará o SAB Supply Chain 2024. Para participar do Encontro, uma imersão de 3 dias, clique aqui (vagas limitadas). E aproveite para conhecer o calendário completo dos Encontros da EBDI.