Saúde Corporativa 4.0 – Pense estrategicamente

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Este artigo foi escrito por Moacyr Jacinto, Corporate HR Director Latam na Peugeot Citroën – Groupe PSA.

Saúde corporativa na pirâmide de despesas empresariais

Muita coisa tem sido publicada ou dita nos canais especializados em gestão econômica e de pessoas, sobre a escalada de custos da saúde corporativa na pirâmide de despesas empresariais.

Parece haver consenso sobre a importância desta “despesa” nas organizações.

“…a assistência médica superou o investimento em treinamento de pessoal e só fica atrás dos gastos com a folha de pagamento, respondendo, em média, por 12% dos custos fixos das empresas, podendo chegar até a 20% em algumas delas.

Apesar disso, há uma tendência nas corporações de entregar esse assunto a profissionais de escalões inferiores…” – Valor.com.br

Se isso é um fato, por que a equação ainda não está resolvida, ou em alguns casos, sequer claramente enunciada?

Como as empresas, sobretudo as maiores, são amostragens populacionais importantes das regiões onde atuam, não estão estanques ao que ocorre nos seus entornos.

Na verdade, uma organização pode tentar blindar a sua população, mas estará sempre em algum grau exposta aos acontecimentos externos.

Para tentar ilustrar essa exposição, pode-se utilizar como exemplos os seguintes fatores:

imagem representando o aumento e envelhecimento da população, há um homem idoso atravessando a rua em meio a cidade

1. Crescimento populacional e envelhecimento da população:

O envelhecimento da população gera a necessidade (demanda e “ansiedade”) para o consumo de produtos e serviços relacionados à assistência médica.

Essa demanda, diante de uma oferta limitada, faz com que estes tipos de produtos e serviços estejam submetidos a outro tipo de escalada de preços.

Ao que se denomina de “inflação médica , representada no Brasil pelo índice VCMH (Variação de Custos Médico-Hospitalares).

imagem para representar a competitividade global, onde há muitas pessoas

2. Competitividade global:

A competitividade global faz com que as grandes empresas precisem concorrer com margens cada vez menores.

Sofrendo diretamente os efeitos de qualquer distúrbio no cenário global, estando sujeitas a impactos e variações de usos, costumes, direitos e deveres.

Que podem estar sendo alterados para pessoas que estejam vivendo e trabalhando em qualquer lugar do mundo.

3. Crescimento econômico:

A falta de crescimento econômico significativo tem impacto direto no poder aquisitivo das pessoas.

Fazendo com que os produtos e serviços relacionados à assistência médica fiquem cada vez mais distantes delas, apesar da importância.

Por conta disso, ocorre uma redução importante no número total de beneficiários de assistência médica suplementar, e isso expõe as operadoras, seguradoras e administradoras a menores volumes de receitas, menores margens.

E estas, diante disso e dos terríveis efeitos da inflação médica, reforçam ainda mais as suas atenções e cuidados sobre a sinistralidade de suas apólices vigentes. 

Ao final, a fim de equilibrar suas operações, estes prestadores inevitavelmente aplicam reajustes que quase sempre deixam os gestores corporativos “entre a cruz e a espada”.

Tecnologia e Saúde Corporativa

As melhores organizações se prepararam, ao longo de décadas, para manter o seu nível de produtividade e competitividade de mercado, usando ferramentas e técnicas como:

  • Computação Gráfica – CAD,
  • ISO 9000,
  • Gestão Eletrônica de Documentos,
  • Reengenharia,
  • 5 S,
  • Produção Enxuta,
  • 3 e 6 Sigma,
  • Prototipagem Digital,
  • Manufatura ou Indústria 4.0.

Sempre tomando decisões estratégicas para investimento nestas tecnologias, criando processos e programas eficazes de capacitação para seus profissionais, e hoje colhem retornos importantes.

É importante frisar: “as melhores organizações” fizeram isso, e algumas que não fizeram, amargam dificuldades, ou deixaram de existir.

Ao longo desta revolução tecnológica, a população geral e empresarial (incluindo seus especialistas corporativos), envelheceram, e estes se tornaram mais produtivos e exigentes

E as próprias tecnologias que lhe serviram no quesito competitividade, também permitiram o avanço da indústria de produtos e serviços médicos e farmacêuticos.

No momento, estas mesmas organizações se deparam com reajustes de planos de assistência médica baseados nas características de sua população, no seu histórico de utilização.

E também, no índice de inflação médica que, sobretudo no Brasil, supera em muito o índice de reajuste de preços comuns, que baliza os demais produtos, serviços e salários. 

Quando se diz “sobretudo no Brasil”, não se exclui obviamente o que pode estar ocorrendo nos demais países. 

Sabe-se que o assunto “assistência médica” é controverso e de difícil resolução em diversas partes do mundo, principalmente em países mais populosos. 

Mas entende-se que este índice (VCMH) no Brasil é fortemente afetado por quatro fatores relacionados a comportamentos: fraudes, erros, desperdícios e abusos.

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Então, como tentar responder à pergunta colocada anteriormente?

Como resolver, ou ao menos, deixar clara esta equação?

As grandes organizações já fizeram algo parecido no passado, e ainda fazem hoje, diante da necessidade de sobreviver e competir produzindo e prestando serviços num ambiente global conturbado.

Não esquecendo do crescimento econômico duvidoso, tomando decisões de nível estratégico para a utilização das tecnologias já mencionadas, em meio a mudanças governamentais muitas vezes desastrosas.

Certamente, o caminho a ser percorrido será parecido, em relação ao cuidado com as suas populações quanto à assistência médica, odontológica, de seguros e dos demais benefícios.

As organizações empresariais precisarão planejar e tomar decisões estratégicas para o uso de tecnologias modernas para a gestão inteligente, econômica e eficaz de seus benefícios, em termos operacionais, de gestão de riscos e de promoção de saúde para manter o seu bem mais valioso: o ser humano.

Analogamente ao que já fizeram para manter modernos e competitivos os seus produtos e serviços, terão que desenvolver em suas corporações um conjunto de técnicas de gestão para isso.

Parafraseando de uma maneira bem humorada o passado recente, terão que começar a pensar estrategicamente em “SAÚDE CORPORATIVA 4.0”. 

Portanto, mãos à obra! Pois o arsenal tecnológico já está disponível!

Referências sobre Indústria 4.0:

Indústia 4.0 – GOV

Indústria 4.0 – Wiki

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