Tendências de cibersegurança para os próximos anos

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Por Christine Salomão, jornalista – diretora de conteúdo da ebdi. Tendências de cibersegurança para os próximos anos.

A cibersegurança se tornou um dos grande problemas enfrentados pelas empresas nos dias de hoje e a tendência é que a situação só piore frente aos avanços tecnológicos. Afinal, as organizações estão cada vez mais vulneráveis a uma série de riscos digitais, que vão desde ataques de malware a roubo de informações sigilosas.

Mas o que fazer para prevenir ou mesmo reduzir riscos? Segundo pesquisa Gartner, “50% dos diretores de segurança da informação adotarão um design centrado no ser humano para reduzir os atritos operacionais da cibersegurança; as grandes empresas vão se concentrar na implementação de programas ‘Zero Trust’; e metade dos líderes de cibersegurança tentará usar, sem sucesso, a quantificação dos riscos cibernéticos para direcionar a tomada de decisões corporativas.”

Para Richard Addiscott, analista e diretor sênior do Gartner, “não há dúvida de que os CISOs e suas equipes devem focar no que acontece hoje para garantir que suas organizações sejam mais seguras. Mas esses executivos também precisam reservar um tempo para olhar além dos seus desafios diários, examinar o horizonte a identificar ameaças que podem impactar seus programas de segurança nos próximos anos”.

E para obter sucesso nessa jornada, o Gartner recomenda que os líderes de cibersegurança criem suas estratégias futuras em sintonia com as previsões citadas no relatório, “que funcionam como um sinalizador e devem ser consideradas por qualquer CISO que busca criar um programa de cibersegurança eficaz e sustentável”, explica o analista.

Confira, a seguir, as previsões do Gartner para os próximos anos:

1 – Até 2027, 50% dos CISOs adotarão formalmente práticas de design centradas no ser humano em seus programas de cibersegurança para minimizar o atrito operacional e maximizar a adoção de controle:

A pesquisa mostra que mais de 90% dos colaboradores que admitiram realizar uma série de ações inseguras durante o trabalho já sabiam que suas ações aumentariam o risco para a organização, mas o fizeram de qualquer maneira. O design de segurança centrado no ser humano é modelado com o indivíduo – não na tecnologia, ameaça ou localização – como o foco e implementação de controle para minimizar o atrito.

2 – 10% das organizações vão usar com sucesso a privacidade como uma vantagem competitiva:  

As empresas estão começando a reconhecer que um programa de privacidade pode permitir que elas usem dados de forma mais ampla, diferenciando-se dos concorrentes e criando confiança com clientes, parceiros, investidores e órgãos reguladores. O Gartner recomenda que os líderes de segurança apliquem um padrão de privacidade abrangente de acordo com a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD) para se destacarem em um mercado cada vez mais competitivo e crescerem sem obstáculos.

3 – Até 2026, 10% das grandes empresas terão um programa abrangente, maduro e mensurável de ‘Zero Trust’ em vigor, acima dos menos de 1% hoje:  

Uma implementação de ‘Zero Trust’ madura e abrangente exige integração e configuração de vários componentes, o que pode ser bastante técnico e complexo. O sucesso é altamente dependente da conversão em valor comercial. Começando pequeno, uma mentalidade de ‘Zero Trust’ em constante evolução facilita compreender  os benefícios de um programa e gerenciar parte da complexidade em uma etapa de cada vez.

4 – Até 2027, 75% dos colaboradores adquirirão, modificarão ou criarão tecnologia fora da visibilidade da TI, acima dos 41% em 2022:

 Reenquadrar o modelo operacional de cibersegurança é a chave para as mudanças que estão por vir. O Gartner recomenda pensar além da tecnologia e da automação para se envolver profundamente com os colaboradores, influenciar a tomada de decisões e garantir que eles tenham o conhecimento apropriado para agir de maneira informada.

5 – Até 2025, 50% dos líderes de cibersegurança tentarão, sem sucesso, usar a quantificação do risco cibernético para orientar a tomada de decisões corporativas:

A pesquisa indica que 62% das empresas que adotam a quantificação de ameaças citam ganhos leves em credibilidade e conscientização sobre o problema, mas apenas 36% alcançaram resultados baseados em ações, incluindo redução de riscos, economia de dinheiro ou influência real na decisão. Os líderes de segurança devem concentrar o poder de fogo na quantificação de temas que os tomadores de decisão pedem, ao invés de produzir análises genéricas para tentar persuadir a empresa a se preocupar.

6 – Até 2025, quase metade dos líderes de cibersegurança mudará de emprego, dos quais 25% irão para funções diferentes, principalmente por causa do estresse relacionado ao trabalho:

Acelerado pela pandemia e escassez de pessoal em todo o setor, as pressões de trabalho do setor estão aumentando e se tornando insustentáveis. A pesquisa sugere que, embora eliminar esse problema seja irreal, os profissionais podem gerenciar trabalhos desafiadores e estressantes em empresas que oferecem apoio e são capazes de mudar as regras de engajamento para promover mudanças culturais.

7 – Até 2026, 70% dos Conselhos de Administração incluirão um membro com experiência em cibersegurança:

Para que os líderes desse setor sejam reconhecidos como parceiros de negócios, eles precisam reconhecer o apetite pelo risco do Conselho de Administração e da companhia. Isso significa não apenas mostrar como o programa de cibersegurança evita que coisas desfavoráveis aconteçam, mas também como melhora a capacidade da empresa de assumir riscos de maneira eficaz. O Gartner recomenda que os CISOs se antecipem à mudança para promover e apoiar a cibersegurança via Conselho e estabelecer um relacionamento mais próximo no intuito de melhorar a confiança e o suporte. 

8 – Até 2026, mais de 60% dos recursos de detecção, investigação e resposta a ameaças (TDIR – Threat Detection and Incident Response, do inglês) aproveitarão os dados de gerenciamento de exposição para validar e priorizar os riscos detectados, acima dos 5% atuais:  

À medida que as superfícies de ataque organizacional se expandem devido ao aumento da conectividade, assim como o uso de  Software como Serviço (SaaS) e de aplicativos em Nuvem, as empresas exigem uma ampla gama de visibilidade e um local central para monitorar constantemente as ameaças e a exposição. Os recursos TDIR podem fornecer uma plataforma unificada ou um ecossistema no qual a detecção, a investigação e a resposta podem ser gerenciadas, dando às equipes de operações de segurança uma visão completa dos riscos e de seu potencial impacto.

9 – Os Conselhos de Administração expandem sua competência em supervisão de segurança cibernética:

O foco dos Conselhos de Administração em segurança cibernética está sendo impulsionado pela tendência de responsabilizar os membros do board pelas atividades de governança. Os líderes de segurança cibernética devem fornecer aos Conselhos de Administração relatórios que demonstrem o impacto dos programas de segurança nas metas e objetivos de suas empresas. 

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