Como evitar lucro reduzido? Essa é uma das preocupações recorrentes das empresas brasileiras em meio a crise econômica que se estabeleceu no País nos últimos anos, agravada com a pandemia de Covid-19. Mas a falta de lucratividade não é só fruto da instabilidade econômica. Esse é um problema que as organizações enfrentam há anos por várias razões: não ter um bom controle do fluxo de caixa; despesas elevadas; má gestão de estoque; pagar antes de receber; não rever contratos; preços abaixo do necessário etc.
Tudo isso parece óbvio quando o assunto é gestão financeira, mas na prática a maior parte das empresas nacionais, principalmente as de pequeno e médio portes, não faz o dever de casa. Muitas delas não conseguem fazer um bom controle financeiro pela falta de informações atualizadas de entradas e saídas. E os gastos elevados estão entre as maiores causas de lucro reduzido nas organizações.
Gastos desnecessários muitas vezes acontecem para melhorar a qualidade dos serviços ou produtos, mas é preciso avaliar se esse realmente é o momento de investir. A aquisição de maquinário ou de pessoal na hora errada, por exemplo, pode prejudicar o caixa da empresa e depois fica difícil recuperar. O melhor é se organizar, criar uma estratégia para reduzir custos, antes de assumir gastos extras.
Lucro reduzido: dicas de como evitar
Não rever os contratos é outro fator que agrava o problema de lucro reduzido nas empresas. Muitos deles são renovados automaticamente e com cobranças acima do esperado. Sem falar que o término do contrato pode ser uma oportunidade para as companhias tentarem trazer mais rentabilidade para os negócios negociando com fornecedores ou clientes.
A gestão de estoque também interfere no lucro reduzido. Muitas empresas acumulam desnecessariamente produtos em suas prateleiras e acabam tendo que baixar os preços para tentar recuperar o que investiram. Quando o melhor a ser feito é controlar o fluxo de pedidos e entregas aos clientes para evitar prejuízos.
Adotar um controle orçamentário para reduzir e gerenciar gastos, como fazem as grandes organizações, é outra excelente estratégia para pequenas e médias empresas. Já para quem não tem um departamento financeiro, a melhor saída é a terceirização.
Deixar que as atividades financeiras sejam feitas por um especialista pode ser muito benéfico para a empresa, pois ajuda no aprendizado de boas práticas de gestão. Além disso, problemas como redução de custos e gastos trabalhistas são resolvidos mais facilmente.
Outra dica para a empresa ter uma boa saúde financeira é: receba primeiro para depois gastar. Alinhe os pagamentos dos fornecedores com o calendário de receitas para que você não corra o risco de desestabilizar as contas mensais, o que pode gerar lucro reduzido.
FGV/IBRE: empresas brasileiras começam 2021 com queda no lucro
Segundo levantamento do Instituto Brasileiro de Economia (IBRE), da Fundação Getúlio Vargas (FGV), quase metade das empresas brasileiras começou 2021 com lucro abaixo do registrado em janeiro de 2020. Ao todo 4.044 companhias da indústria, comércio, serviços e construção foram consultadas.
O relatório aponta que a indústria é o setor com maior percentual de empresas que registraram aumento no lucro (cerca de 26%), com destaque para os segmentos farmacêutico, químico e de minerais não metálicos.
Já as indústrias de vestuário, couro e calçados têm quase 90% dos empresários registrando perdas. No comércio, 48% das empresas tiveram queda no lucro em janeiro 2021 e 18% reportaram ganhos.
Uma das formas de se aprofundar sobre estes e outros assuntos que envolvem os serviços financeiros é dividindo experiências com profissionais da área. Participe do Sab Retailed – o Encontro híbrido terá cerca de 50 executivos.
Leia também: Uso de meios eletrônicos de pagamento muda comportamento do consumidor