Empresas precisam se reinventar em meio a crise financeira global

crise financeira

Para uma empresa se reinventar em meio a crise financeira global, fruto da pandemia de covid-19 e da invasão da Rússia na Ucrânia, é preciso, antes de mais nada, apostar em uma cultura organizacional inovadora. Não é à toa que  organizações que investem em ambientes mais flexíveis e em constante adaptação, por exemplo, dando oportunidade para que seus líderes se expressem ganham vantagem competitiva.

Isso porque os negócios vivem atualmente um futuro bastante incerto e planejamentos estratégicos a médio prazo podem não atender às expectativas das organizações diante dos avanços tecnológicos. Sem falar nos fatores externos, como pandemias e guerras, que impactam fortemente o mundo corporativo e não podem ser previstos.

Mas para tentar minimizar perdas de receitas, o melhor é não prender as equipes em planejamentos rígidos dando mais liberdade para que os líderes se expressarem, o que contribuirá para que novas ideias surjam no meio do caminho, tornando o ambiente mais inovador.

“Os líderes empresariais que se concentram em colocar as pessoas no centro de tudo o que fazem, implementando tecnologias rapidamente e inovando em escala, vão fazer mais do que liderar o mercado – vão remodelar os mercados e tornar-se agentes exponenciais de criação de valor. Estes líderes estão a focar-se no futuro para otimizar o sucesso de hoje e planear a disrupção de amanhã”, sinaliza o Estudo CEO Imperative da EY.

CEOs tiveram que se reinventar em meio a crise financeira

Ainda de acordo com o Estudo da EY, que ouviu 305 CEOs, a pandemia acelerou as tendências e dividiu as empresas em prósperas e sobreviventes. E para enfrentar a crise, “os CEOs tiveram que reformular portfólios, reimaginar o seu ecossistema e reinventar-se a si próprios, para um futuro melhor”.

Além disso, segundo a pesquisa, a disrupção do mercado acelerou a transformação e forçou os CEOs a reinventarem seus modelos de negócios. Uma tarefa difícil diante da concorrência acirrada, que também aposta na inovação e em novas tecnologias para sobreviver no mercado.

Varejo X serviços financeiros

Por isso, é importante saber identificar oportunidades de crescimento. O aumento da acessibilidade aos meios de captura de pagamentos, por exemplo, permitiu ao varejo oferecer produtos e serviços financeiros aos seus clientes, o que é um boa estratégia para as empresas do setor aumentarem o seu market share. Afinal, a diversificação de fontes de receitas atrai consumidores e ajuda a compensar o cenário de quedas bruscas de margens devido à crise econômica global. Leia a matéria: Varejo ganha com serviços financeiros.

Mas muitas empresas também nascem em meio a crise e conseguem ter sucesso porque acreditam que seus negócios serão essenciais para a população. Ou seja, focam nos clientes e não em produtos. Como exemplo, podemos citar a Localiza, que foi fundada durante a maior crise de petróleo do país.

Case Localiza: empresa nasceu em meio a crise de petróleo

No ano de 1973, em meio à maior crise de petróleo do país, nascia a Localiza. O empreendedor José Salim Mattar iniciou seu negócio de locação de carros, na cidade de Belo Horizonte, em Minas Gerais, com apenas 6 fuscas usados. Apesar de ter consciência de que investir nesse segmento era arriscado, devido aos  aumentos constantes dos combustíveis, o visionário continuou oferecendo seus serviços.

E, em 1979, na segunda crise de petróleo, a Localiza abriu sua primeira filial de agência de locação de carros em Vitória. Já em 1981, a marca cresceu a rede por meio da aquisição de pequenos concorrentes. Essa expansão levou a Localiza à liderança de mercado de aluguel de carros no Brasil, tornando-se presente em 11 capitais, sendo a maior parte delas no Nordeste.

Anos depois, a Localiza passou a adotar a estratégia de franchising como resposta à crise da dívida externa de 1984. Resultado: a marca se fortaleceu e ganhou mercado. E seis anos depois (em 1990), a empresa fez do limão uma limonada ao passar a vender seus carros seminovos diretamente ao consumidor final. Essa modalidade de venda permitiu à empresa reduzir seus custos de depreciação e gerar receita para a renovação de sua frota de aluguel.

Em 1992, diante das dificuldades da época no mercado interno, a Localiza iniciou sua expansão internacional. Com seu eficiente modelo de franchising, a empresa rompeu fronteiras e marcou presença na América do Sul.

Cinco anos depois (1997), a necessidade de capitalizar a empresa, levou a Localiza a fazer uma operação de private equity com o DLJ Merchant Banking (Donaldson, Lufkin and Jenrette), na qual um fundo administrado pelo banco norte-americano (hoje Credit Suisse First Boston) adquiriu 33,3% das ações da empresa por US$ 50 milhões. E no mesmo ano, a marca lançou US$ 100 milhões em Senior Notes no mercado norte-americano. Capitalizada, passou a focar seus esforços em aumentar o volume de negócios e melhorar os índices de produtividade.

No ano de 1999, a Localiza criou uma nova divisão de negócios, especializada no aluguel, gerenciamento e terceirização de frotas, a Total Fleet, hoje chamada Localiza Gestão de Frotas.

E no dia 23 de maio de 2005, a marca deu início à oferta pública de ações no Novo Mercado da Bovespa, destinado às empresas com os mais elevados padrões de governança corporativa.

Dez anos depois (2015), a Localiza já era considerada a maior rede de aluguel de carros da América Latina – presente em oito países: Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Paraguai, Peru e Uruguai.

Mas as iniciativas de expansão não pararam por aí, em 2017, a Localiza adquiriu as operações da Hertz no território brasileiro passando a utilizar a marca Localiza Hertz em suas agências. Com a parceria, Localiza e Hertz passaram a oferecer seus serviços em cerca de 10 mil agências, em um total de 2 mil cidades de 150 países. 

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