Líderes que costumam punir estão fadados ao fracasso, pois o comportamento não traz benefícios a nenhuma das partes. Isso porque não é apenas a pessoa punida que é prejudicada com a atitude. Foi o que revelou um estudo realizado pela Harvard Business School, que contou com 104 participantes. Eles foram submetidos ao jogo de videogame Dilema do Prisioneiro, cujo objetivo é captar as tensões existentes entre os interesses individuais e do grupo.
No jogo, que inclui punição ao lado de itens como cooperação e defesa, pares de estudantes foram analisados ao jogarem repetida vezes. Resultado: os cinco primeiros colocados não usaram punições onerosas. Já aqueles que a usaram, tiveram pior desempenho. Outra observação é que a punição onerosa não deu mais retorno ao grupo.
Diante desse e outros fatores, a pesquisa concluiu que a punição não é uma medida efetiva para promover a cooperação, mas um resultado da necessidade de estabelecer uma hierarquia dominadora e defender o posto de liderança. Sendo, portanto, um comportamento autodestrutivo e prejudicial ao grupo.
Bons líderes têm capacidade de persuasão
Segundo o ex-reitor da Harvard Business School, Nitin Nohria, quem deseja se tornar um bom líder deve levar em consideração os pontos abaixo:
- Reconheça em que você é bom;
- Não fique seduzido ou acredite que o sucesso é conquistado apenas através de um tipo específico de liderança;
- Aprenda a reconhecer as oportunidades à disposição.
Esses três traços comportamentais citados por Nohria são resultado de uma pesquisa sobre os 100 melhores líderes do século XX nos Estados Unidos. O estudo deixou claro que “cada período da história humana abre espaço para novas oportunidades e, hoje, há diversos campos novos de atuação para todos os tipos de organizações.”
Mas Nohria explica que existem características fundamentais para os três tipos de liderança, o que e ele chama de “tríade da boa liderança”. Os traços identificados foram:
1. Liderança é, essencialmente, um ato de comunicação: o líder precisa ter capacidade de persuasão, o que exige o uso de palavras para convencer pessoas a seguirem ideias. Ele não impõe as vontades e sim as torna atrativas para outros.
2. Capacidade de traduzir palavras em ação: mas, de acordo com Nohria, “não basta apenas ser bom com palavras, é necessário traduzi-las em ações”. Por isso, o líder precisa encontrar boas formas de executar as ideias e implementá-las trazendo outras pessoas para ajudá-lo.
3. Entender a identidade: o líder precisa conseguir se conectar individualmente com aqueles com quem trabalha e transmitir essa identidade. “Ele precisa entender a própria narrativa e a própria identidade e desenvolver capacidade de trabalhá-las junto a outras pessoas.”
Traçar estratégias para motivar pessoas
Agora, ao explicar como motivar outras pessoas, Nohria afirma que, “a partir de estudos cognitivos, foi possível identificar quatro aspectos que permitem compreender a motivação humana e traçar estratégias a partir delas”:
- Aquisição: pessoas gostam de adquirir novas coisas, seja dinheiro, desejos, ideais etc.
- Pertencimento: pessoas, até mesmo as mais individualistas, tendem a gostar de pertencer a um grupo ou equipe.
- Curiosidade: pessoas são curiosas e gostam de aprender, estudar e criar novos trabalhos que as motivem.
- Segurança: pessoas tendem a se defender, mas isso não é suficiente, elas querem defender os direitos das sociedades como um todo e se sentir seguras no ambiente.
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