Competição no trabalho é o que causa mais estresse nos colaboradores

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As situações de competição são as principais causas de estresse associado ao trabalho, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). O desejo de ser melhor que o outro, muitas vezes estimulado pelas próprias empresas, acaba gerando sofrimento aos colaboradores. E em um mundo cada vez mais compartilhado, o individualismo na realização de projetos não terá espaço.

Tanto que as novas gerações, ao invés de focar em carreiras solos, buscam trabalhar em projetos que façam a diferença na vida das pessoas. Por isso, por mais que as empresas se esforcem para criar uma competição “saudável” entre os colaboradores, na tentativa de motivá-los, as chances de malefícios são altas.

Isso porque a competitividade no trabalho acaba criando um ambiente tóxico, um clima ruim, pois os que se destacam podem ser alvos de intrigas. Até mesmo porque os times acabam pensando que só há espaço para os que sobressaem aos demais, o que estimula o individualismo.

Competição no trabalho gera individualismo

Funcionários muito competitivos, geralmente, preferem focar em suas atividades individuais. Afinal, essa é uma excelente forma de fazer com que o trabalho deles apareçam. Já colaboradores que pensam no coletivo, dividem os gols com os colegas gerando um ambiente mais saudável e menos nocivo para as pessoas no dia a dia.

Agora, grande parte das organizações brasileiras não se deu conta do quanto a competitividade é nociva. Segundo pesquisa da FIA Employee Experience 2020 (FEEx), realizada com 150 mil funcionários de mais de 300 empresas em todo o país, “27% deles responderam que trabalham em uma empresa com cultura competitiva.”

E apenas 15% dos entrevistados responderam que suas organizações têm uma cultura idealista, ou seja, valorizam uma causa maior, social ou humanitária. Sem falar que quando indagados sobre organizações que privilegiam relacionamentos, nas quais o ambiente é caloroso e familiar, só 14% disseram conviver em empresas com esse tipo de cultura.

A pesquisa também incluía outras quatro opções de respostas: as que focam em inovação (12,7%), ordem (12,5%), protagonismo (10%) ou segurança (7,3%). Mas esses resultados vão contra a tendência atual, que é ter um olhar diferenciado para a diversidade e a saúde mental dos colaboradores. E uma das formas de se construir ambientes corporativos saudáveis e com visão de mundo é investindo em equipes multidisciplinares.

Claro que a construção de equipes multidisciplinares, principalmente em um mundo híbrido, não é uma tarefa fácil, mas extremamente necessária para se ganhar vantagem competitiva em um planeta em transformação. Isso porque as pessoas apresentam mapas mentais únicos e, consequentemente, têm pontos de vistas diferentes e olhar diferenciado para os problemas em função de suas vivências e expertises.

Vale ressaltar que equipes de alto desempenho geram vantagem competitiva porque têm a segurança  psicológica necessária para compartilhar experiências, sem medo de errar. Isso porque não existe receio de ser punido, constrangido ou rejeitado pelo simples fato de colocar uma ideia na mesa de discussão. Ou mesmo de se opor a algo que alguém está falando, principalmente se for um dos líderes da organização. E é essa “liberdade de expressão” que fortalece os times.

Ao focar na colaboração, eles trabalham em prol de um propósito que os une e, por isso, não existe lugar para a competição e individualismo. Ideias novas são sempre bem-vindas e o poder de voz é para todos. Com isso, a vontade de ser melhor e superar o outro cede lugar para o coletivo e quem sai ganhando é a empresa que consegue atrair e reter talentos alinhados com seus objetivos.

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