Por Christine Salomão, jornalista – diretora de conteúdo da ebdi. Saúde mental: cultivar um hobby pode amenizar o estresse.
O estresse, seja relacionado ao trabalho, vida pessoal ou outros fatores, pode ter impactos adversos na saúde mental, resultando em ansiedade, depressão e outros problemas psicológicos. Por isso, os hobbies oferecem uma maneira construtiva e positiva de lidar com o estresse. Ao se envolverem em atividades que são prazeirosas e significativas, as pessoas conseguem desconectar-se das pressões do dia a dia, proporcionando uma pausa essencial para a mente.
Essa pausa permite que a pessoa recarregue suas energias, reduza a tensão acumulada e desenvolva mecanismos saudáveis de enfrentamento. Além disso, os hobbies têm o potencial de proporcionar um senso de realização e propósito, elementos fundamentais para a saúde mental. Ao perseguirem interesses pessoais e alcançarem metas em suas atividades de lazer, as pessoas podem fortalecer sua autoestima e encontrar uma fonte de satisfação que não está vinculada ao ambiente profissional.
O impacto positivo dos hobbies na saúde mental também se estende à promoção da criatividade e da expressão individual. Engajar-se em atividades criativas pode servir como uma saída emocional, permitindo que os indivíduos expressem seus sentimentos de maneiras que podem não ser possíveis no contexto do trabalho ou de outras responsabilidades diárias.
Hobbies podem diminuir o estresse dos colaboradores
Estimular que os colaboradores desenvolvam e cultivem hobbies pode ser uma estratégia valiosa para as empresas. Além de proporcionar benefícios individuais, essa prática contribui positivamente para o ambiente de trabalho e para o desempenho organizacional.
Afinal, os hobbies oferecem uma válvula de escape para o estresse cotidiano, promovendo equilíbrio entre vida pessoal e profissional. Atividades recreativas também têm o potencial de reduzir a ansiedade e melhorar o estado de espírito, resultando em colaboradores mais saudáveis e resilientes.
O estímulo aos hobbies também pode impulsionar a criatividade e a inovação. Participar de atividades fora do ambiente de trabalho frequentemente desencadeia novas perspectivas e insights, sendo uma fonte valiosa para ideias inovadoras e soluções criativas.
E os benefícios não param por aí. Habilidades desenvolvidas através de hobbies, como resolução de problemas, pensamento crítico e trabalho em equipe, podem ser transferidas para o contexto profissional, enriquecendo as capacidades dos colaboradores.
Sem falar que colaboradores que se sentem apoiados em seus interesses individuais tendem a estar mais satisfeitos e engajados, fortalecendo o espírito de equipe e melhorando a colaboração no ambiente de trabalho.
Já a relação entre hobbies e produtividade também é relevante. Colaboradores que experimentam um equilíbrio saudável entre vida pessoal e profissional geralmente apresentam menor absenteísmo e maior produtividade quando estão no trabalho.
Saúde mental: empresas se preocupam pouco com o tema
Quando o assunto é saúde mental dos funcionários, apenas 37% dos brasileiros acreditam que as empresas se preocupam com o tema. Foi o que mostrou o estudo realizado pelo Linkedln, maior rede social profissional do mundo. A pesquisa foi conduzida pela Opinion Box em dezembro de 2021 e entrevistou 1.019 usuários da rede, com mais de 18 anos, em todo o país.
Um dos pontos altos da pesquisa é que “79% dos brasileiros já sofreram ou sofrem com algum problema relacionado à saúde mental, sendo que as mulheres são as mais afetadas”. Cerca de 86% delas disseram já ter passado por alguma situação do tipo (homens: 72%).
O estudo também apontou que “91% dos brasileiros acham importante falar sobre saúde mental”. E cerca de 80% das pessoas disseram que já se sentem confortáveis para abordar o assunto no cotidiano. Mas a maior parte delas respondeu que essas conversas acontecem com psicólogos, amigos e familiares ou pessoas que passaram por alguma situação semelhante.
Agora, ao considerar o ambiente de trabalho, apenas 44% das pessoas entrevistadas disseram se sentir confortáveis para falar sobre o tema. Isso por não gostarem de expor suas vidas, além de se sentirem inseguras para abordar esse assunto dentro das empresas.
A pesquisa também sinalizou que quando indagadas se as organizações oferecem práticas voltadas para a saúde mental dos funcionários, 54% disseram que sim, apesar de só 37% acreditar que esse é um tema importante para as companhias, como mencionado acima.
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