Sequelas da Covid na memória refletem no trabalho

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Sequelas da Covid na memória refletem no trabalho. Foi o que sinalizou o estudo realizado pela Rede Sarah, entre abril de 2021 e janeiro de 2022, com 614 pacientes que tiveram a doença. Isso porque, além de perda de memória, a pesquisa apontou deficiências na atenção, concentração e fluência verbal.

Outra revelação preocupante é que a pesquisa foi a primeira a identificar dificuldades com a expressão e percepção de sentimentos ao pedir aos pacientes: que mostrassem sentimento no tom de voz; identificassem corretamente o significado de expressões faciais; sorrissem  espontaneamente ao ver uma imagem engraçada.

O estudo também mostra um aumento nos níveis de ansiedade (46%) e depressão (29%) nos pacientes, cuja média de idade é de 47 anos. A maior parte deles era casado, com ensino superior completo e em atividade na carreira.

Mas vale ressaltar que as sequelas, de acordo com a Rede Sarah, afetam tanto quem teve Covid grave, quanto os casos leves. E podem durar mais de um ano. É a chamada “Covid longa”.

E para atender e tratar as pessoas que sofrem com o pós-covid, a Rede Sarah criou, em junho de 2020, um programa de reabilitação. Atividades lúdicas unidas à ciência, além de ajudar na recuperação das sequelas, melhoram a qualidade de vida dos pacientes.

Sequelas da Covid: InCor

Um levantamento feito pelo Instituto do Coração (InCor), que monitorou como a Covid-19 pode deixar sequelas no cérebro, também mostrou que a maioria dos  pacientes infectados apresentou dificuldades de atenção, algum grau de perda de memória e diminuição da coordenação motora.

Essas sequelas acontecem, segundo o estudo do InCor, porque o vírus entra pelas vias aéreas, compromete o pulmão e, com isso, baixa o nível de oxigênio. E a dessaturação, ou seja, falta de oxigenação, vai direto para o cérebro e acomete o sistema nervoso central, afetando algumas funções. Mas felizmente o quadro pode ser revertido com exercícios específicos, que estimulem o cérebro.

Estresse no trabalho X pandemia

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil já era considerado, antes da pandemia, o País mais ansioso do mundo, além de apresentar a maior incidência de depressão da América Latina, impactando em torno de 12 milhões de pessoas.

E a situação só agravou com a pandemia. Estudo realizado pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) revelou um aumento de 90% nos casos de depressão no País. Sem falar que o número de pessoas com crises de ansiedade e sintomas de estresse agudo dobrou entre março e abril de 2020.

Entre as principais causas, de acordo com a pesquisa UERJ, “destacam-se baixo nível de empatia, grande desgaste emocional pessoal, sofrimento e aumento do individualismo. Por outro lado, em países que oferecem mais infraestrutura coletiva de apoio, as populações experimentam menor impacto do sofrimento psíquico provocado pela pandemia” .

Por isso, a Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta que investir em ambientes de relaxamento no trabalho é uma forma de promover a saúde mental do colaborador. Afinal, o estresse é atualmente uma das maiores causas de incapacitação de funcionários.

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