Por Christine Salomão, jornalista – diretora de conteúdo da ebdi. Riscos cibernéticos – pesquisa PWC.
“As conexões digitais se multiplicam e formam teias cada vez mais emaranhadas de novas tecnologias. Isso faz com que os processos necessários para gerenciar e manter toda essa rede – inclusive a segurança cibernética – também se tornem mais e mais complicados.”, sinaliza a pesquisa “Digital Trust Insights 2022”, da PwC, intitulada: “Simplificar para reduzir riscos cibernéticos”. E diante deste cenário, “alguma complexidade é necessária e até desejável”, relata o estudo.
“Mas há uma complexidade desnecessária, nociva, e os altos executivos já perceberam isso. Para 77% dos líderes brasileiros que participaram da nossa pesquisa (75% no mundo), as organizações se tornaram complexas demais para serem protegidas. Membros da diretoria, do conselho e líderes de TI e segurança estão preocupados que essa dificuldade desnecessária e evitável exponha suas organizações a riscos cibernéticos e de privacidade”, informa o estudo.
Agora, de acordo com a pesquisa, “a simplificação pode ser impulsionada pelas tecnologias atuais, desde que haja uma estratégia e os executivos da alta liderança estejam dispostos a agir juntos”. Tanto que o relatório mostra que CEOs das empresas com melhores resultados de segurança cibernética, nos últimos dois anos, têm 14 vezes mais probabilidade de fornecer suporte relevante ao CISCO em todas as áreas pesquisadas pelo Estudo.
Nessas mesmas empresas, “os executivos por eles liderados têm 12 vezes mais probabilidade de dizer que seus CEOs oferecem apoio relevante”, revela o relatório. “Perguntamos então aos entrevistados qual é o nível de envolvimento dos CEOs com os temas cibernéticos. No Brasil, a visão dos CEOs sobre seu papel coincide aproximadamente com as dos integrantes da sua equipe executiva: eles se veem como mais engajados na discussão de métricas e questões cibernéticas e de privacidade do que como estratégicos ou reativos a problemas nessa área”, ressalta o Estudo.
Riscos cibernéticos: apenas 1/3 das organizações têm práticas avançadas de confiança de dados
“Os executivos muitas vezes não usam dados e inteligência para tomar as melhores decisões de investimento e gerenciamento de riscos cibernéticos. Apenas 1/3 das organizações têm práticas avançadas de confiança de dados. No Brasil, os resultados são um pouco melhores”, relata a pesquisa da PwC.
De modo geral, explica o relatório, “as organizações convivem com um sério ponto cego em relação a riscos de terceiros e da cadeia de suprimentos: cerca de 25% no mundo têm pouca ou nenhuma compreensão desses riscos. Para agravar o cenário, mais da metade das organizações no mundo não realizou nenhuma ação que promovesse um impacto mais duradouro na gestão de riscos de terceiros. No Brasil, os índices são melhores tanto para a compreensão dos riscos quanto para a realização de ações relacionadas”, informa a pesquisa.
Mas como o CEO pode fazer a diferença para a segurança cibernética de sua organização? “ Defina a segurança cibernética como um aspecto importante para o crescimento dos negócios e da confiança do cliente – não apenas para defesa e controles. O objetivo é criar uma mentalidade de segurança em toda a organização. Enfrente os problemas e riscos de seus modelos de negócios e mude o que é necessário”, orienta o relatório.
Já os CISOs: “familiarize-se com a estratégia de negócios da sua organização. Ajude seu CEO a abrir caminho para práticas ‘simples e seguras’. Adquira as habilidades necessárias para acompanhar a evolução e a expansão da função cibernética nos negócios. E reoriente suas equipes para construir confiança e apoiar o crescimento da empresa”, ressalta a pesquisa.
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