Mastering HR Mind Move 2024: Investir no capital humano não é uma escolha estratégica e sim uma necessidade

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Por Christine Salomão, jornalista – diretora de conteúdo da ebdi. Mastering HR Mind Move 2024: Investir no capital humano não é uma escolha estratégica e sim uma necessidade vital para as empresas.

Vivemos na era da informação e do conhecimento, cujas transformações no mundo corporativo são rápidas, impulsionadas pela tecnologia digital e pelas mudanças no ambiente de negócios. Nesse cenário, o aprendizado organizacional torna-se essencial para que as empresas tenham a  capacidade de se adaptar, inovar e evoluir continuamente. Afinal, investir no capital humano não é uma escolha estratégica e sim uma necessidade, que visa garantir a sobrevivência das companhias. 

Por isso, as áreas de: Desenvolvimento Humano e Organizacional (DHO) e Treinamento e Desenvolvimento (T&D) desempenham um papel crucial na integração das pessoas à estratégia do negócio. É por meio dos talentos, com o desenvolvimento de suas habilidades e competências, que é possível se manter um passo à frente da concorrência.

Não é à toa que Peter Senge, um dos maiores especialistas em aprendizado organizacional da atualidade, criador do conceito “Learning Organization”, afirma que “organizações que aprendem” são aquelas que têm a capacidade de se adaptar e evoluir continuamente em resposta às mudanças do ambiente externo e interno.

Vale ressaltar que o conceito learning organization diz respeito a organizações formadas por pessoas que expandem, continuamente, a sua capacidade de criar os resultados que desejam e, consequentemente, o futuro que aspiram ver. O que torna o aprendizado organizacional eficaz ao desenvolver a capacidade de adquirir, gerar e compartilhar conhecimento, tendo como foco a valorização do capital humano.

Em seu livro “A Quinta Disciplina”, Peter Senge sugere que talvez “a capacidade de aprender mais rapidamente do que os concorrentes seja a única vantagem competitiva sustentável.” E hoje, diante da escassez de talentos que afeta a maior parte dos negócios em todo o mundo, empresas que investem no aprendizado contínuo têm muito mais chances de crescimento, além de ajudar na retenção e atração de talentos.

Mas mesmo com a crescente ênfase na importância do aprendizado organizacional para o crescimento dos negócios, a maior parte das empresas não consegue enxergar as barreiras que as impedem de oferecer uma capacitação de qualidade aos colaboradores. A começar que a ausência de espaço para a livre expressão faz com que  as pessoas não se sintam à vontade para compartilhar suas ideias, preocupações e sugestões. E quem sai perdendo com isso é a própria organização que deixa de “aprender”.

Por isso, a criação de um ambiente onde as vozes de todos os níveis hierárquicos sejam ouvidas e respeitadas é fundamental para promover o aprendizado coletivo. Outro problema é a restrição à experimentação de novas abordagens. Muitas empresas tendem a aderir a métodos e processos tradicionais, mesmo quando há evidências de que novas abordagens podem ser mais eficazes. Talvez seja pelo medo do fracasso ou a aversão ao risco, um impeditivo para a  inovação e o aprendizado contínuo.

A comunicação organizacional deficiente também inibe o aprendizado coletivo. Quando as informações não são compartilhadas de maneira eficaz e transparente, os colaboradores podem ficar desinformados ou desmotivados. A falta de comunicação clara sobre os objetivos da companhia, as estratégias em andamento e os resultados alcançados pode minar o comprometimento com o aprendizado rumo ao futuro.

A distância entre o discurso e as práticas é outra barreira ao aprendizado. Quando as palavras e promessas da liderança não são refletidas nas ações e comportamentos cotidianos da organização, cria-se um ambiente de desconfiança e cinismo. Os funcionários podem perder a motivação para aprender e se desenvolver se perceberem que o que é dito não corresponde ao que é feito.

Vale destacar, ainda, que a insensibilidade à percepção de mudanças sutis e graduais no ambiente externo é um problema que muitas organizações enfrentam hoje. Às vezes, as mudanças não são dramáticas, mas ocorrem de forma lenta e constante. E ao ignorá-las ou mesmo subestimá-las as companhias podem  perder a relevância e a competitividade ao longo do tempo.

A falta de engajamento por parte dos colaboradores e, em particular, dos líderes, nos programas de Treinamento e Desenvolvimento (T&D) é um dos maiores desafios enfrentados hoje pelas empresas. Principalmente se as pessoas acharem que o treinamento é irrelevante para suas funções ou que não trará benefícios tangíveis em sua carreira.

Além disso, a sobrecarga de trabalho, prazos apertados e a falta de tempo para participar de programas de T&D também podem afetar o engajamento dos colaboradores. Por isso, é fundamental que os programas de T&D sejam planejados de forma atraente, relevantes e flexíveis, para que os colaboradores sintam que vale a pena investir seu tempo e esforço.

Agora,  os líderes desempenham um papel crucial na criação de uma cultura de aprendizado e desenvolvimento nas organizações. Quando a liderança não apoia e não participa ativamente dos programas de T&D, isso pode afetar diretamente o comprometimento e a participação dos colaboradores. Principalmente se a alta direção achar que a capacitação dos colaboradores pode distrair as atividades cotidianas ou mesmo por não as considerarem como prioridade na estratégia do negócio. Por isso, o aprendizado contínuo tem que fazer parte da cultura organizacional da empresa.

A cultura de aprendizado corporativo refere-se à mentalidade, valores e práticas de uma organização em relação ao desenvolvimento contínuo e à aquisição de conhecimento por parte de seus funcionários. É uma parte fundamental da cultura organizacional e desempenha um papel importante na capacidade de uma empresa se adaptar e inovar em um ambiente de negócios volátil.

Entre os principais elementos-chave da cultura de aprendizado corporativo, vale destacar: aprendizado contínuo como estratégia do negócio; mentoria e colaboração entre colegas; tolerância ao erro; adoção de tecnologias inovadoras; liderança promovendo e participando dos programas de T&D (sem o apoio dos líderes, o RH dificilmente obterá sucesso no engajamento dos times).  

Por isso, a importância dos programas de T&D estarem alinhados com os objetivos e estratégias da empresa, de modo que todos possam ver sua relevância para o sucesso da organização. Sem falar que DHO é uma área crucial dentro de qualquer empresa que busca alcançar o sucesso e se destacar em um mercado competitivo. Isso porque a motivação e o desempenho dos colaboradores, principalmente em relação ao pensamento crítico, dependem de um conjunto complexo de fatores que vão muito além das habilidades técnicas.

As pessoas são o coração de qualquer organização, e é o talento, a motivação e a inovação de cada uma delas que impulsionam o negócio e criam diferencial competitivo. Portanto, investir em estratégias e ações que impactem positivamente o desenvolvimento humano é o que irá garantir a longevidade da empresa.

Até porque, segundo pesquisa do World Economic Forum, “85 milhões de empregos serão extintos até 2025 devido, principalmente, à mecanização das funções de alguns cargos. Em contrapartida, o estudo também mostra que 97% de novos cargos podem surgir a partir dessa mudança no mercado e de suas demandas futuras. Por isso, além da urgência em priorizar as habilidades no trabalho por meio do upskilling e reskilling, as empresas precisam focar no Metaskilling.

Aprender é o primeiro passo de upskililing (aprimoramento de habilidades) ou reskilling (desenvolvimento de habilidades diferentes). Mas saber o que fazer com o aprendizado é fundamental: encontrar a melhor aplicabilidade das novas ou melhores habilidades. Por isso, o conceito metaskilling nasceu com o propósito de habilitar os times ( e as lideranças) a solucionar problemas de forma criativa e ágil, a aprimorar os processos, as entregas e os resultados. Visa criar profissionais com habilidades versáteis e transferíveis, capazes de se adaptar a uma ampla gama de desafios.

Vale ressaltar que a essência do Metaskilling está na construção de um conjunto de competências fundamentais que transcende as funções específicas do cargo. Essas competências são valiosas não apenas para as necessidades atuais, mas também para as incertezas do futuro. Entre as competências-chave do Metaskilling estão o pensamento crítico, a criatividade, a adaptabilidade, a comunicação eficaz , colaboração e a resolução de problemas como dito acima.

O Metaskilling envolve:

  • Aprendizado Holístico: os profissionais são incentivados a buscar conhecimento e habilidades em diversas áreas, não se limitando apenas às competências estritamente relacionadas ao seu trabalho atual.
  • Flexibilidade e versatilidade: o foco é na capacidade de aplicar o conhecimento em situações diversas, adaptando-se rapidamente às mudanças do mercado e das necessidades da organização.
  • Pensamento de longo prazo: o metaskilling incentiva a construção de habilidades duradouras que transcendem tendências passageiras, tornando os profissionais mais resistentes às disrupções.
  • Autoaprendizagem: os profissionais são incentivados a assumir a responsabilidade por seu próprio desenvolvimento, adotando a mentalidade de aprendizes ao longo da vida.
  • Aprimoramento contínuo: o metaskilling não é uma meta única, mas um processo contínuo de desenvolvimento que evolui com as mudanças no ambiente de negócios.

A tecnologia está emergindo como uma poderosa aliada na escassez de talentos, impulsionando a capacitação corporativa de maneira inovadora. As tecnologias disruptivas, como inteligência artificial, aprendizado de máquina, realidade virtual e aumentada, estão revolucionando a forma como as empresas desenvolvem seus colaboradores. Elas oferecem novas abordagens para o treinamento, permitindo que os funcionários desenvolvam habilidades de forma rápida, eficiente e personalizada.

Uma das principais vantagens das tecnologias na capacitação corporativa é a flexibilidade. Com plataformas online e recursos interativos, os funcionários podem acessar treinamentos a qualquer momento e em qualquer lugar, eliminando as restrições de tempo e espaço. Isso é especialmente valioso para organizações com equipes distribuídas geograficamente, permitindo que todos os colaboradores recebam a mesma qualidade de treinamento, independentemente de sua localização.

Além disso, as tecnologias oferecem a possibilidade de criar simulações e ambientes virtuais, nos quais os colaboradores podem experimentar situações reais de trabalho, sem riscos ou consequências negativas. Isso é particularmente útil em setores como medicina, aviação e engenharia, onde a prática em situações de alta pressão é essencial. Isso porque os funcionários podem aprimorar suas habilidades e tomar decisões cruciais em um ambiente controlado, preparando-se melhor para enfrentar desafios do mundo real.

Outro benefício é a capacidade de personalização. Com tecnologias avançadas, os colaboradores podem seguir trajetórias de aprendizado adaptadas às suas necessidades individuais. Algoritmos inteligentes analisam o desempenho dos funcionários, identificam lacunas de conhecimento e recomendam cursos ou materiais de treinamento específicos para preencher essas lacunas. Isso aumenta a eficácia do treinamento, pois cada funcionário recebe um plano personalizado que visa fortalecer suas habilidades e competências necessárias para suas funções.

As tecnologias também permitem o compartilhamento de conhecimento em tempo real e a colaboração entre equipes. Plataformas de aprendizado online, redes sociais corporativas e ferramentas de comunicação facilitam a troca de informações, experiências e boas práticas entre os colaboradores. Isso estimula um ambiente de aprendizado contínuo, no qual o conhecimento é disseminado e atualizado constantemente, beneficiando toda a organização.

A educação corporativa 4.0 veio para quebrar o cenário tradicional de ensino, em que os colaboradores somente participam de forma passiva do seu aprendizado, respondendo quando solicitado e em um ambiente que remete a uma sala de treinamento normal. Com isso, algumas técnicas são implementadas para melhorar o desempenho dos funcionários, além de ajudar na criação de uma cultura de educação corporativa.

São utilizados métodos diversificados, como os citados abaixo, para compartilhar as informações e garantir que o aprendizado seja retido por cada colaborador.

Gamificação: consiste em jogos voltados para desenvolver competências necessárias para determinada função, cujos métodos de entretenimento dos próprios games são utilizados para que os colaboradores alcancem os melhores resultados.

Realidade Virtual: através de efeitos visuais e sonoros cria um ambiente imersivo e o usuário consegue sentir que está ali, sem de fato estar. O local deve ser percebido através de um óculos ou capacete 3D.

Pílulas do conhecimento: conteúdos completos e independentes, sendo que a metodologia consiste em usar fragmentos de uma material para passar a informação adiante. Deve ser curto para reter a atenção do colaborador.

Simuladores: 75% do aprendizado acontece quando colocamos em prática aquilo que aprendemos. Por isso, os simuladores são excelentes para treinar os funcionários em um ambiente controlado, além de garantir a execução adequada.

Vídeos: o audiovisual atrai muito mais a atenção do ser humano se comparado a textos ou até mesmo uma imagem sozinha. Não é à toa que esse é um recurso poderoso na era digital para engajar pessoas.

Tecnologias desempenham um papel cada vez mais importante na facilitação da colaboração e do aprendizado social dentro das organizações. À medida que o ambiente de trabalho continua a evoluir, a capacidade de se adaptar e inovar torna-se vital, e as ferramentas tecnológicas desempenham um papel crucial nesse processo.

Aqui estão algumas maneiras pelas quais as tecnologias podem melhorar a colaboração e o aprendizado social nas organizações:

  • Comunicação em tempo real: plataformas de mensagens instantâneas e aplicativos de videoconferência tornaram a comunicação em tempo real mais acessível e eficaz. Isso permite que equipes em diferentes locais colaborem de maneira eficiente, compartilhando informações e resolvendo problemas em tempo real.
  • Redes sociais corporativas: muitas empresas adotaram redes sociais internas que permitem que os funcionários compartilhem conhecimento, ideias e projetos. Isso cria um ambiente onde o aprendizado social acontece de forma natural, promovendo a inovação e o compartilhamento de boas práticas.
  • Plataformas de aprendizado online: a e-learning se tornou uma parte essencial do desenvolvimento profissional. Plataformas de aprendizado online oferecem cursos, tutoriais e recursos que os funcionários podem acessar a qualquer momento, promovendo o aprendizado contínuo.
  • Sistemas de gerenciamento de documentos: armazenar documentos em nuvem e utilizar sistemas de gerenciamento de documentos permite o compartilhamento e a colaboração em tempo real em projetos. Os colaboradores podem acessar, editar e comentar documentos de qualquer lugar.
  • Ferramentas de gerenciamento de projetos: aplicativos de gerenciamento de projetos permitem a colaboração eficaz entre equipes, simplificando o acompanhamento do progresso, a alocação de tarefas e o compartilhamento de informações relevantes.
  • Realidade virtual e aumentada: tecnologias emergentes, como realidade virtual e aumentada, estão sendo usadas para treinamento e colaboração. Elas possibilitam simulações interativas e treinamento imersivo, que são particularmente úteis em setores como a indústria e a medicina.
  • Fóruns de discussão e comunidades online: plataformas de fóruns e comunidades online permitem que os funcionários compartilhem ideias, tirem dúvidas e discutam tópicos relevantes para seus interesses e funções na organização.
  • Analytics e big data: a análise de dados pode ajudar a identificar padrões de colaboração e necessidades de treinamento. Compreender como os funcionários interagem e aprendem socialmente pode levar a melhorias estratégicas.
  • Aplicativos de feedback e avaliação: plataformas de feedback e avaliação podem ser usadas para coletar informações sobre o desempenho dos funcionários e ajudar a identificar áreas de aprendizado e desenvolvimento.

Como conquistar a tão sonhada felicidade no trabalho? A maior parte das pessoas acredita que o empenho leva ao sucesso. E, se alcançarmos o sucesso, seremos felizes. Será? De acordo com Shawn Achor, autor de “O jeito Harvard de ser feliz”, pesquisas nos campos da Psicologia Positiva e da Neurociência comprovam que a relação entre sucesso e felicidade funciona de maneira inversa, pois é a felicidade que impulsiona o sucesso.

Achor chegou a essa conclusão após pesquisar mais de 1.600 alunos de Harvard e inúmeras empresas da lista Fortune 500, em todo o mundo. Mas para produzir um clima organizacional compatível com a criação e manutenção de uma equipe engajada, motivada, produtiva e feliz, é importante que a liderança da empresa se comprometa a adotar uma abordagem centrada nas pessoas.

Isso significa que as empresa devem se preocupar não apenas com os resultados financeiros, mas com o bem-estar e o desenvolvimento de seus colaboradores. Principalmente diante dos conflitos de gerações, que não abrem mão de trabalhar com propósito e buscam empresas que valorizam o capital humano. Além disso, é preciso trabalhar a inclusão e a diversidade em programas de treinamento eficazes para a criação de ambientes de trabalho equitativos.

E para debater esses e outros temas importantes para o setor de Recursos Humanos, a EBDI realizará o Mastering HR Mind Move 2024. Para participar do Encontro, uma imersão de 3 dias, clique aqui (vagas limitadas). E aproveite para conhecer o calendário completo dos Encontros da EBDI.